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Balanço das checagens de julho

Balanço das checagens de julho

Balanço das checagens de julho

Por Ivo Henrique Dantas

Ao longo do mês de julho, somados, o projeto Comprova, que reúne mais de vinte veículos de comunicação, e a Agência Lupa analisaram 79 informações falsas ou descontextualizadas que circularam pelas principais plataformas de redes sociais e tinham relação com a pandemia. Assim como nos meses anteriores, a Agência Lupa publicou mais desmentidos do que o Comprova acerca do coronavírus. Em julho, foram 50 materiais analisados da Lupa contra 29 do projeto Comprova.


Mesmo tendo como um dos principais assuntos a disputa política entre governadores, prefeitos e o presidente Jair Bolsonaro, o mês de julho pode ser considerado ímpar em seu contexto. Ao longo desse período, os noticiários e as redes se concentraram no debate acerca do resultado positivo do exame do Presidente da República.

De um lado, a discussão sobre a veracidade do resultado, de outro, discursos quase que diários do presidente sobre o uso da hidroxicloroquina em seu tratamento. Apesar de não ter comprovação científica e ter perdido força em grande parte dos países, a cloroquina foi o grande destaque das informações analisadas pelas agências em julho. Some-se a isso o início da última fase de testes de vacinas no Brasil e atingimos a marca de 48% dos desmentidos se
referindo às soluções para a pandemia da Covid-19.

Chama também a atenção o baixo percentual de informações analisadas sobre o número de casos no país. Ao longo dos meses anteriores, o questionamento da quantidade de mortes mantinha a relevância como um dos principais temas das fakes, cenário que não se repetiu em julho, com apenas 8% das informações checadas dizendo respeito ao número de casos. Essa constatação pode ser relacionada com uma crescente percepção de ‘novo normal’, com cada
vez menos atenção dada à doença. Outro dado que exemplifica esse processo é o fato de que tivemos 37 checagens não relacionadas ao novo coronavírus nos projetos analisados. Praticamente um terço do total de checagens do mês de julho.


Já o isolamento social que foi o principal tópico das primeiras semanas da pandemia, com debate sobre o isolamento dos grupos de risco, fechamento do comércio e lockdowns em diversas cidades, praticamente sumiu do debate público, atingindo pelo segundo mês seguido apenas 3% das informações checadas. À medida que os estados flexibilizam a economia, a indústria da desinformação muda seu foco para outros temas, principalmente as vacinas e o
retorno da cloroquina.

 

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