Neste último episódio da primeira fase do projeto Coronavírus em Xeque, convidamos os nossos parceiros recorrentes para fazerem um balanço da desinformação que circulou nas últimas 20 semanas. Além disso, também apontamos alguns desafios no combate à desinformação e deixamos dicas de outros projetos empenhados em enfrentar este problema tão complexo.
Também entrevistamos o pesquisador Viktor Chagas (UFF), que monitora a atividade de grupos de discussão política no WhatsApp e no Twitter. Ele explicou a organização das milícias digitais bolsonaristas, que utilizam plataformas de redes sociais de maneira distinta. Também apresenta evidências de que esses grupos atuam de forma profissional, coordenada e organizada.
O Brasil ultrapassou a marca dos 100 mil mortos esta semana, ao mesmo tempo em que autoridades – e notícias falsas – continuam atuando para minimizar a gravidade da pandemia. Neste episódio do Coronavírus em Xeque, discutimos como a pandemia tem sido instrumentalizada por interesses políticos e podem afetar as próximas eleições.
O programa reúne todas as colaborações de especialistas enviadas entre 10 e 14 de agosto.
No último 3 de agosto, o Ministério Público Federal ajuizou uma ação civil pública para que o apóstolo Valdemiro Santiago e a Igreja Mundial do Poder de Deus sejam punidos por danos sociais e morais coletivos, devido à divulgação de vídeos no YouTube nos quais o religioso anunciava a venda de sementes com a falsa promessa de que, se simplesmente cultivadas, curariam a Covid-19.
Em maio passado, o Coletivo Bereia recebeu de leitores a solicitação de checagem e verificou a veracidade dos vídeos. A editora geral do Bereia, Magali Cunha, comenta como a informação foi verificada pelo grupo.
Podcast de número 18, discute teorias da conspiração e desconstrói mitos em torno da ideia de que é possível aumentar a imunidade para se proteger da Covid-19.
Em mais uma colaboração do Coletivo Bereia para o Coronavírus em Xeque, a jornalista Juliana Dias, integrante do Coletivo, explica uma publicação no Twitter do dia 22 de julho a respeito da morte por Coronavírus de cinco pastores que lideravam a igreja Assembleia de Deus no estado do Mato Grosso.
Numa semana em que fervilharam as peças desinformativas envolvendo vacinas, discutimos como a desinformação tem atuado para promover dúvidas em torno das pesquisas mais avançadas que estão sendo desenvolvidas em vários países para encontrar uma solução para o novo Coronavírus. Além disso, analisamos o risco de volta às aulas, desmentimos um vídeo em que médicos defendem …
Em mais um drops produzido a partir da parceria do Coronavírus em Xeque com o Coletivo Bereia, este áudio desmente alegações sobre o suposto afastamento da médica Nise Yamaguchi do Hospital Albert Einstein por ela ser defensora da cloroquina. Elton Rodrigues, integrante do Bereia, explicou a situação.
O conceito de imunidade de rebanho já circula no contexto do novo Coronavírus há algum tempo, mas a divulgação de recentes estudos e também a declaração de cientistas fizeram com que o assunto voltasse aos jornais – e, consequentemente, à indústria da desinformação e fake news. Neste episódio do Coronavírus em Xeque, explicamos o que é Imunidade de Rebanho e por que esse conceito não pode ser aplicado à Covid-19, menos ainda como justificativa para a reabertura do comércio. Também discutimos outras estratégias de desinformação que têm como objetivo criticar as recomendações de distanciamento social.
Neste programa:
– A professora Mariana Guenther (UPE) explica o que é imunidade de rebanho e por que esse conceito não se aplica à Covid-19;
– O pesquisador Ivo Henrique Dantas (UFPE) apresenta algumas fake news relacionadas ao conceito de imunidade de rebanho e outras formas (falsas) de imunização. Também fala sobre os golpes virtuais que surgiram com o aumento da vulnerabilidade social;
– Do Coletivo Bereia, Luciana Peterson esclarece fake news sobre a menor probabilidade de contaminação por assintomáticos, que circularam em sites evangélicos;
– A professora Yvana Fechine (UFPE) analisa a utilização de falsos dilemas como estratégia de desinformação, inclusive propagada pelo presidente Jair Bolsonaro;
– A coordenadora da Rede Análise Covid-19, Mellanie Dutra, esclarece os principais problemas do estudo realizado pela Força Tarefa Henry Ford, que sugere benefícios no uso da cloroquina. O conteúdo foi revisado por Otavio Ranzani;
– O jornalista e sociólogo Laurindo Leal Filho (professor aposentado da USP) comenta a importância de encontrar mecanismos para responsabilizar o presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia;
– O professor Rogério Christofoletti (UFSC) analisa os principais fatores que contribuem para a desinformação durante a pandemia e também comenta o papel da confiança da informação no momento de compartilhar algo nas redes sociais.
Fontes deste episódio:
– A infeliz eterna polêmica da cloroquina (Rede Análise COVID-19)
– Imunidade de rebanho: uma nova hipótese e as críticas a ela (Nexo)
– Bolsonaro será responsabilizado pela comunicação criminosa na pandemia, diz Lalo Leal (Brasil de Fato)
– #Verificamos: é falso que vacinas contra Covid-19 podem criar seres humanos geneticamente modificados (Agência Lupa)
– Cascas de laranja e limão contém ivermectina e cloroquina e curam Covid-19 #Boato (Boatos.org)
– É FAKE que pessoas assintomáticas podem passar anticorpos para outras pessoas e torná-las imunes ao Novo Coronavírus (G1)
– Na pandemia, criminosos usam falsas ofertas e benefícios para aplicar golpes (Agência Lupa)
Em mais uma verificação do Coletivo Bereia, em parceria com o Coronavírus em Xeque, Juliana Petersen fala sobre fake news que circularam em relação a transmissão da Covid-19 por assintomáticos, diante da fala de uma cientista da OMS que foi tirada de contexto para justificativa de muitos que são contra o isolamento social.
O Brasil é praticamente o único país do mundo que ainda discute a cloroquina como tratamento possível para a Covid-19, já que todos os estudos randomizados (os mais confiáveis) feitos até o momento com a droga mostram que ela não é eficaz e nem segura para combater a doença. Defendida por interesses políticos, a cloroquina volta a ser tema de mais um podcast do Coronavírus em Xeque. Nele, abordamos por que relatos individuais de melhora após o uso da substância não são suficientes para comprovar a sua eficácia, além do forte engajamento de Bolsonaro na defesa do medicamento.