Prospecta UFPE – O Futuro da Consciência Negra e a Importância de uma Cátedra Frantz Fanon na UFPE

O Prospecta UFPE do Instituto Futuro tem a missão de discutir e divulgar o que pensa a UFPE em relação a assuntos, temas, problemas fundamentais à existência humana, buscado fazer dialogar as ciências e as humanidades, diálogo que é raro ainda hoje no mundo acadêmico, na sociedade em geral. Em função dessa nossa responsabilidade, o Instituto Futuro da UFPE, neste mês da consciência negra, considera muito importante discutirmos a questão da injustiça social, da desigualdade racial a partir de um grande pensador, assim reconhecido no mundo todo, o grande pensador martinicano, psiquiatra, ensaísta e ativista político, Frantz Fanon.

Muitos estudos demonstram que o Brasil se nega a considerar os profundos abismos sociais que a Escravidão provocou, as profundas injustiças sociais que se perpetuaram desde então, desde antes da “abolição da escravatura” e continuando até os dias de hoje.

Diferente de outras regiões do mundo que estabeleceram leis de apartheid de diversos tipos, a sociedade brasileira foi especialmente hipócrita e cruel: a Constituição de 1824 não mencionava a palavra “escravo” ou “escravidão”, ignorando, de propósito, uma grande parcela da população do Pais, por um lado, mas por outro lado, proibindo crianças negras de irem às escolas. Houve uma lei que previa pena de morte apenas para escravizados, em 1835; também era proibido de professar as religiosidades de origem africana, enquadradas como magia negra e outros tantos adjetivos .

A determinação de que “todos são iguais perante a Lei” apenas deixou mais
vulnerável a camada da população mais ignorada e desassistida, ao ser entendida como se vivesse em iguais condições de vida. Outras tantas leis, foram sendo aplicadas, no processo da historia social deste país que só aprofundaram as desigualdades, aumentou o sentimento de injustiça, deseducou as pessoas desde tenra idade, ao negar-lhe esse conhecimento, essa consciência. Agora, tantos séculos de injustiça passados, começamos a conhecer movimentos estruturados contra todo esse percurso de vergonha humana e eles precisam crescer. Vemos com alegria a UFPE inaugurar no dia 20 deste mês de novembro, seu .Núcleo de Politicas de Educação das Relações Étnico-raciais; ter, desde 2017, um Instituto de Estudos de
África.

Nesses dias de Novembro, mês da consciência negra, em que devemos reforçar a necessidade de que o País consiga, num futuro bem próximo – evitar que o racismo siga injustiçando a maioria do povo brasileiro, convidamos todos a participar conosco desse momento de reflexão sobre um pensador que pautou sua vida na luta contra a divisão do mundo em opressores e oprimidos; na luta contra o condicionamento do negro pelo branco, contra a desumanização dos povos indígenas, e que escreveu livros fundamentais sobre o racismo. Também, para discutirmos a sobre a importância de a UFPE ter uma Cátedra com o nome Frantz Fanon. Uma luta que está em curso já a mais de um ano, encabeçada pelo professor Alexsandro de Jesus, do Departamento de Antropologia e Museologia da UFPE, uma cátedra que precisa ser reconhecida e um pensador que precisa ser estudado desde dentro da UFPE, e fazê-lo ecoar na Sociedade.

É este grande pensador e ativista político que vamos discutir, no dia 25 de
Novembro, na próxima quarta feira, às 16 horas, com a palestra do professor Alexsandro de Jesus e os comentários do professor Vico Melo, professor da UFPB.
Compareça, contribua!

O professor Alexsandro de Jesus Silva é historiador e doutor em Sociologia pela UFPE;
O professor Vico Melo é bacharel em Relações Internacionais pela UFPB, mestre em Ciência Política pela UFPE e Doutor em Pós-Colonialismo e Cidadania Global pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES/UC).

Para saber mais:
Livros de Frantz Fanon:

  1. Os condenados da terra, 1961
  2. Pele negra, Mascaras brancas, 1952
  3. Alienação e Liberdade, 1952

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