8º Prospecta: O Futuro do Jardim

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O Instituto Futuro da UFPE e o Laboratório da Paisagem convidam para o Prospecta VIII: o Futuro da Paisagem.

O mundo está vivendo uma crise global, planetária que muito poucos de nós, seres viventes, temos consciência do tanto que são radicais as mudanças que estão por vir, na natureza, na natureza dos seres humanos, no modo de viver o dia-adia.

Algumas dessas mudanças podem interferir nas nossas capacidades cognitivas relacionadas a percepção. Uma que pode ser radicalmente afetada é o nosso senso de profundidade e de distância que foi sendo construído ao longo de milênios de vivência, pelos nossos antepassados pré-hominianos. Depois de muito experienciar, o ser humano acabou por estruturar sua condição fisiológica para a compreensão da nossa forma de ver, sempre em perspectiva.

Todavia, a crise global nos leva à expectativa de os espaços públicos serem cada vez mais cerceados, mais negados, em sua pujança de vida coletiva, motivados pelas densidades desumanas, pela pouca importância dada a convivência. Ou ainda, nos apresenta um futuro dos mais funestos de muitas cidades litorâneas – como o nosso Recife – ficarem submersas em função do aumento do nível do mar. Tudo isso pode mais ainda prejudicar nossa capacidade de ver ao longe e, pelo alargamento da visão, de nos sentirmos no mundo, participes da natureza, da vida.

Esta é uma condição que nos oferece o jardim, espaço público urbano, lugar de estar das cidades: o sentirmo-nos no mundo, nos identificarmos como parte energética da natureza. Um jardim é sempre uma surpresa e ainda nos revela o prazer do detalhe, da intimidade. Sendo assim, pode ser entendido como uma obra de arte viva. Do ponto de vista social, ainda é o lugar que franqueia o encontro entre as pessoas do lugar.

Mas também é prerrogativa do jardim, manter e melhorar as condições ecológicas, ambientais de um lugar e, numa época em que o Planeta está sendo agredido a ponto de o futuro ser medonhamente quente e inóspito, ele, o jardim, é uma expressão oposta de um tipo de humanidade que deveria ser aquela que deveríamos sempre perseguir.

Daí perguntarmos: que futuro podemos esperar do jardim? Que perspectivas podemos vislumbrar sobre a vida a partir do entendimento do jardim e de sua importância? Como salvarmos, cuidarmos desses espaços fundamentais em nossas cidades?

Neste mês de agosto, de aniversario do nosso grande paisagista Roberto Burle Marx, convidamos a prospectarmos juntos sobre essas e outras perguntas no dia 28, as 9:30 horas, no Instituto Futuro.

 

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