ENSAIO | Boas esposas e mães sábias: As demandas das mulheres japonesas de Kishida Toshiko aos nossos dias
Angélica Alencar
Doutora e Mestre em História Japonesa com especialização na atuação dos Jesuítas no Japão durante o século XVI pela Sophia University, Tóquio. Ex-bolsista do programa MEXT do governo Japonês com curso de aperfeiçoamento da língua japonesa na Tokyo University of Foreign Studies. Ex-arquivista do Institute for Christian Culture, Tóquio. Atual co-curadora dos Assuntos Japoneses do Centro de Estudos Avançados (CEA – UFPE), professora de língua e cultura Japonesa do Núcleo de Línguas e Culturas (NLC – UFPE) e da Escola de Língua Japonesa do Recife.
E-mail:alencar.angelica@yahoo.com
Resumo
Nos últimos cinco anos temos visto mulheres japonesas se unindo para exigir menos discriminação no ambiente de trabalho. Desde a obrigatoriedade da maquiagem, das lentes de contato e do salto alto nas empresas até padrões sociais que lhes são impostos pela própria cultura, elas têm elevado suas vozes nas plataformas online lutando por igualdade. Mas essas não são demandas novas. Séculos antes, mulheres como Kishida Toshiko 岸田俊子 (1863-1901) subiram em palcos pelo país para explicar o básico: que as mulheres representam metade da população japonesa e que por isso devem ter vez e voz na sociedade. Esse artigo então é uma breve reconstrução histórica da situação das mulheres no Japão desde a reabertura do país ao contato com o Ocidente cristão em meados do século XIX, focando na figura de Kishida, cujos discursos nos parecem tão atuais quanto necessários para que às mulheres japonesas seja permitido um lugar fora da caixa ainda vigente de boas esposas e mães sábias.
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