Água não mais como presente, mas como direito e responsabilidade de todos

“Ela respondeu

– Quero que você me dê um presente. Já que o senhor me deu uma terra seca, me dê também algumas fontes de água.

Então Calebe lhe deu as fontes superiores e as fontes inferiores.” O livro dos Juízes¹

Este episódio data por volta dos anos 1250ac. O pano de fundo desta história é a conquista do povo hebreu à que acreditavam ser a terra prometida por Deus, Canaã, atual Estado de Israel. Acsa, filha de um grande líder hebreu chamado Calebe, pede ao seu pai, como presente, locais com fontes de água. As fontes de água eram preciosas para os povos naquela época. Possibilitavam o cultivo e o pastoreio de animais. Ter terra sem água não era agradável a Acsa. Na verdade, ter terra sem água não é agradável a ninguém até hoje, tanto que a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2016, declarou acesso à água potável um direito universal.²

Ainda hoje encontramos pessoas sem acesso à água potável. Segundo a ONU, em 2019, estas pessoas são 1 em cada 3 no mundo.³ Um número absurdo, dado o avanço tecnológico e globalização atuais, que possibilitam maior distribuição desta água. Este problema se intensifica no contexto atual de pandemia, onde a higienização, que muitas vezes é realizada pela água, é imprescindível para a diminuição da propagação do coronavírus. Uma das prováveis causas para a persistência da desigualdade de acesso a este bem, é sua concentração devido ao valor econômico e competitivo atribuído a ele pelo mercado.

Não só isso, mas ela é desperdiçada e utilizada de modo irresponsável por muitos que a possuem. Esta situação se agrava, quando consideramos que a água é um bem finito. De toda a água do planeta, tem-se somente 0,02% de água disponível em lagos e rios para abastecer as cidades, e grande parcela desta água já encontra-se poluída 4. Não se pode aceitar, por exemplo, hábitos de deixar torneiras e chuveiros abertos em todo o tempo, ou deixar de lado vazamentos em locais públicos/privados.

Diante de tais questionamentos, qual será o futuro da água nossa de cada dia? Participe conosco do prospecta UFPE, que ocorrerá dia 30 de Julho de 2020, às 16:00, onde entrevistaremos o monge beneditino Marcelo Barros, escritor do livro O Espírito vem pelas Águas (Ed. Loyola, Rede, 2003). Será um espaço de discussão e aprendizado sobre o tema aqui esboçado. Se inscreva mandando um e-mail para inst.futuro@gmail.com solicitando a inscrição!


¹ Juízes 1.15. O livro dos Juízes é um dos livros da Bíblia. A versão da Bíblia utilizada foi a Nova Almeida Atualizada.

² Disponível em <https://veja.abril.com.br/ciencia/onu-declara-acesso-a-agua-um-direito-universal/ > . Acesso em 21 de Julho de 2020.

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