Em São Paulo, na comunidade do Jardim São Luís (extremo sul), Vânia Rocha tem internet em casa, mas apenas um aparelho eletrônico: o seu próprio celular, que não tem sido o bastante para dar conta das aulas dos dois filhos, Gabriel e Giovana. Com a filha mais nova, de sete anos, a maior dificuldade é conseguir ajudá-la nos estudos, já que, aos 7 anos, ela ainda é pequena para estudar sozinha.
“Nós recebemos a apostila da escola, mas eu não consegui acompanhar os estudos dela. (…) Acabei desistindo, infelizmente”, conta. “Outro dia, a Giovana me perguntou: ‘mãe, no ano que vem, quando passar a pandemia, eu vou voltar para a escola e ir para o segundo ano (do ensino fundamental) sem saber ler e escrever?’ A gente respira e não sabe o que responder. (…) A desigualdade é muito grande, os filhos da periferia não estão acompanhando as aulas.”
Só depois da quarentena rigorosa conseguimos perceber o dano que a pandemia tem causado à educação. Os alunos de escolas públicas de comunidades pobres foram os que mais sofreram, seja por falta de acesso à dispositivos eletrônicos, pela instabilidade ou ausência da internet que possuem, e/ou pelas dificuldades e despreparo dos pais ou pessoas próximas para auxiliarem nas aulas e com o conteúdo exposto às suas crianças.
Igualdade na educação poderá significar também igualdade no acesso à internet como componente importante da aprendizagem?
Saiba mais na reportagem da BBC sobre o tema: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-54380828. Acesso em 08 de Outubro de 2020.
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