Mostra Competitiva

Osmildo (2019 – 26 min – Cor e P&B)

Direção: Pedro Daldegan

Sinopse: Neto da índia Regina, única remanescente das correrias ocorridas na região em busca da borracha, Osmildo luta pelo resgate das origens Kuntanawa, como da língua materna, da escola indígena diferenciada, dos rituais sagrados, da medicina tradicional e de sua terra demarcada.

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Poéticas do Canto Polifónico (2019 – 29 min – Cor)

Direção: Maria do Rosário Pestana e João Valentim

Sinopse: Grupos formalmente instituídos salvaguardam um repertório polifónico predominantemente modal, a duas ou três vozes, em terceiras ou em terceiras e quintas paralelas. Estas mulheres detêm o conhecimento de um repertório, competências musicais e vocalidades que querem ver salvaguardados e reconhecidos. Querem partilhar e transmitir às gerações seguintes a experiência intersubjetiva e liminar do canto a vozes que reverbera nos seus corpos. Solicitaram a nossa colaboração para a inscrição desse conhecimento sensível no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, com a expectativa de uma posterior inscrição na Lista da UNESCO. Criámos uma equipa, partimos para o terreno, e falámos com dezenas de cantadeiras, encorajando-as a ativar e a valorizar o ‘canto de mulheres’, como algumas gostam de lhe chamar. Este documentário é uma das faces desse encontro e estudo.

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Sons que fazem o arquipélago (2020 – 26 min – Cor)

Direção: Maria do Rosário Pestana e Helena Marinho

Sinopse: Quando estudávamos o movimento filarmónico em Portugal, apercebemo-nos que nas ilhas do Faial, Pico e São Jorge há um significativo número de bandas em atividade (aproximadamente uma banda por 900 habitantes). Quisemos compreender as razões desta expressão local das bandas filarmónicas e conhecer os músicos e o seu papel na sociedade. Ao analisarmos as rotas de músicos e bandas filarmónicas, sobressaiu um espaço de relação no oceano Atlântico, entre ilhas e entre continentes. Este documentário é uma das faces visíveis desse estudo.

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Os corpos (2020 – 11 min – Cor)

Direção: Eloy Domínguez Serén

Sinopse: In Galicia, Spain’s most northwestern region, one of the oldest forms of Carnival takes place every year. Spread over several days are parades with felos and peliqueiros, characters who wear spectacular outfits, including a striking mask and a belt strung with large cowbells. Another tradition is the farrapada, in which participants pelt each other with rags covered in mud. There is also a fight in which flour and ants are thrown on the participants, and a huge model ant towers above the crowd.

The peculiar celebrations, lit by torches and accompanied by drums, are compellingly filmed in this short documentary—it is as if you were standing among the revelers yourself, immersed in an age-old pagan ritual. The nighttime scenes of a partying crowd, often packed tightly together, gain extra significance in the knowledge that this celebration took place in late February, just ten days before the first confirmed case of Covid-19 in the region.

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Rainha da Lapa (2020 – 73 min)

Direção: Theodore Collatos e Carolina Monnerat

Sinopse: Atriz, dançarina de cabaré, ativista e profissional do sexo desde os onze anos de idade, Luana Muniz – e sem dúvida uma das personalidades trans mais reconhecida do Brasil. Luana moldou uma nova realidade para uma nova geração de profissionais do sexo transgêneros em seu albergue, proporcionando um ambiente de trabalho seguro no perigoso bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. Rainha da Lapa explora o dia a dia, as buscas por amor, as rivalidades entre colegas de casa em um clima político turbulento sob o olhar atento da matriarca Muniz.

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Talamanca (2020 – 22 min)

Direção: Davide Marino

Sinopse: Há um som ecoando pela floresta de Talamanca. Isso desencadeia o extraordinário no universo comum de Justo, fazendeiro BriBri, pai e aventureiro. É o golpe do aqui e agora que expande uma história feita por materialidades imaginativas consagradas em meio à vivacidade da Terra.

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Fôlego Vivo (2021 – 25 min – Cor)

Direção: Associação dos Índios Cariris do Poço Dantas-Umari

Sinopse: Uma comunidade indígena do povo kariri, situada na Chapada do Araripe (zona rural do Crato/CE), reflete acerca da água: o mito indígena de recriação do mundo junto com as águas contra o mito desenvolvimentista capitalista de controle das águas e das corpas humanas e não-humanas que habitam o (entorno do) Rio São Francisco (Opará).




Nuhu Yãg Mu Yõg Hãm: Essa Terra É Nossa! (2020 – 70 min – Cor)

Direção: Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu, Roberto Romero

Sinopse: Antigamente, os brancos não existiam e nós vivíamos caçando com os nossos espíritos yãmĩyxop. Mas os brancos vieram, derrubaram as matas, secaram os rios e espantaram os bichos para longe. Hoje, as nossas árvores compridas acabaram, os brancos nos cercaram e a nossa terra é pequenininha. Mas os nossos yãmĩyxop são muito fortes e nos ensinaram as histórias e os cantos dos antigos que andaram por aqui.

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Ãjãí: o jogo de cabeça dos Myky e Manoki (2019 – 48 min – Cor)

Direção: Typju Myky e André Lopes

Sinopse: O Ãjãí é um divertido jogo em que somente a cabeça dos jogadores pode encostar na bola. Essa prática, compartilhada por poucos povos indígenas no mundo, está presente entre as populações Myky e Manoki de Mato Grosso, falantes de um idioma de família linguística isolada. Jovens indígenas do povo Myky decidem filmar e editar pela primeira vez o seu jogo, para divulgá-lo fora das aldeias. Mas para organizar essa grande festa, seus jovens chefes encontrarão alguns desafios pela frente.

Ãjãí is a fun game where only the players’ heads can touch the ball. This practice, shared by a few indigenous people in the world, is present among the Myky and Manoki populations of Mato Grosso state, Brazil, who speak a language of an isolated linguistic family. Youngsters of the Myky people decide to film and edit their game for the first time, to publicize it outside the villages. But to organize this great party, its chiefs will find some challenges ahead.

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New York, just another city / New York, petei tetã ve rive (2019 – 18 min – Cor)

Direção: André Lopes e Joana Brandão

Sinopse: Jovem liderança e realizadora audiovisual, Patrícia Ferreira vem sendo reconhecida pelos documentários que realiza com o seu povo, os Guarani Mbya. Ao ser chamada para debater seus trabalhos em um dos maiores festivais de cinema etnográficos do mundo, o Margaret Mead Film Festival, realizado no Museu Americano de História Natural, em Nova Iorque, Patrícia se depara com uma série de exposições, debates e atitudes que a fazem refletir sobre o mundo dos “juruá”, contrastando-o com os modos de existência guarani.

A young leader and filmmaker, Patrícia Ferreira has been recognized for the documentaries she has been making with her people, the Guarani Mbya. She was called to debate her work at one of the world’s largest ethnographic film festivals, the Margaret Mead Film Festival, held at the American Museum of Natural History in New York. In that place, Patricia comes across some exhibitions, debates and attitudes that make her think about the “juruá” people’s world, contrasting it with the Guarani’s modes of existence.

Joven líder y directora audiovisual, Patrícia Ferreira ha sido reconocida por los documentales que hace con su pueblo, los Guaraní Mbya. Cuando se le pidió que debatiera su trabajo en uno de los festivales de cine etnográfico más grandes del mundo, el Festival de Cine Margaret Mead, celebrado en el Museo Americano de Historia Natural de Nueva York, Patricia enfrenta a una serie de exposiciones, debates y actitudes que nos hacen reflexionar sobre el mundo de los “juruá”, contrastando con las formas de existencia guaraníes.

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Mãkakoxi Kany’i Ynpakje’y – Os anéis de Mãkakoxi (2020 – 7 min)

Direção: Kamtinuwy Myky, Mãnynu Myky e Takarauku Myky

Sinopse: O coco de tucum é um elemento muito utilizado pelos artesãos indígenas para a confecção de diversos artefatos em seu cotidiano. Três jovens mulheres Myky gravam pela primeira vez o processo de fazer os anéis de tucum com Mãkakoxi, um habilidoso artesão da aldeia Japuíra, localizada na Amazônia brasileira, região noroeste do estado de Mato Grosso.

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Princesa do meu lugar (2020 – 15 min)

Direção: Pablo Monteiro

Sinopse: O cruzamento da água doce com a água salgada atualiza antigos movimentos de migração e ocupação do norte do país. Esse trânsito reafirma costumes e saberes que acompanham o migrante e se ampliam através de trocas no local de chegada. A festa grande para Caboclo Cearense e Divino Espírito Santo em Mosqueiro (PA) é obrigação feita por Maria de Lourdes (Codó/MA), onde caixas, tambores, matracas e maracás se reúnem na matança do Bumba Boi de seu encantado. Este é o espaço de festejo de Ana Guedes e a turma do Tambor de Crioula Filhos e Amigos de Cururupu (MA), moradores dos bairros Terra Firme e Guamá, na capital paraense. “Princesa do meu lugar” oportuniza a potência do encontro de brincadeiras que navegam nas duas águas e desembocam em solo paraense.

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Jaburu (2019 – 57 min – Cor)

Direção: Chico Carneiro

Sinopse: O filme mostra o cotidiano de uma comunidade ribeirinha na Amazônia paraense, com foco na dificuldade do trabalho das professoras e professores, do transporte dos alunos, da crescente falta de recursos para a escola local, do medo de assaltos, do barulho constante provocado pelo tráfego fluvial e da inclusão de jovens portadores de necessidades especiais – mas mostra também a alegria de viver e a interação dessa mesma comunidade, tendo como pano de fundo a copa do mundo de 2018, e as tradicionais festas juninas brasileiras.

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Mestre Cupijó e Seu Ritmo (2019 – 75 min – Cor)

Direção: Jorane Castro

Sinopse: Mestre Cupijó e Seu Ritmo nasce do desejo de apresentar um dos maiores mestres da música tradicional paraense: Joaquim Maria Dias de Castro, mais conhecido como Mestre Cupijó. Na região do Baixo-Tocantins, uma das mais ricas musicalmente da Amazônia, Mestre Cupijó, buscou inspiração em ritmos tradicionais para suas composições, como o Siriá, o Bangüê, ou ainda em outras referências, como o mambo. Ele é também considerado como um dos precursores da música instrumental dançante no Pará.

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O último Sonho (2019 – 60 min – Cor)

Direção: Alberto Alvares

Sinopse: No longa, a homenagem vem em forma de documentário sobre a memória do grande líder Guarani Wera Mirim. Guiado pelos sonhos, com orientação de Nhanderu, Wera Mirim, mesmo após seu passamento, continua a guiar seu povo através de sua sabedoria ancestral, para além da vida.

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Mamapara (Mãe Chuva) (2020 – 17 – Cor)

Direção: Alberto Flores Vilca

Sinopse: No planalto peruano, mora com sua cadela, Honorata Vilca, analfabeta de ascendência quíchua, que se dedica à venda de doces. No início da estação das chuvas, ela conta trechos de sua vida, até que uma tarde algo fatal acontece que parece fazer o próprio céu chorar.

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Casa de Palha (2020 – 35 min – Cor)

Direção: Oswaldo Giovannini Jr.

Sinopse: Casa de Palha é um filme que aborda as relações entre memória, técnicas de construção, religião e luta pelo território do povo indígena Truká. Um filme etnográfico que se vale de uma linguagem direta, participativa e colaborativa, valorizando a perspectiva de uma antropologia compartilhada, embora de produção autoral e individual. A narrativa gira em tornar da construção de uma oca ritual para os trabalhos espirituais de Mesa e Toré. Acompanha o processo de construção coletiva e sociabilidade até a realização de um ritual de Jurema gravado pela primeira vez entre o povo. Destacam-se no filme a naturalidade do comportamento dos protagonistas, a permissão dos mesmos e dos Encantados para a gravação do ritual e a finalização colaborativa do roteiro, acompanhado de perto pelos oficiantes e com a presença dos seres espirituais. A pesquisa e a gravação feitas por uma só pessoa e de longa duração (entre 2013 e 2015, com retorno em 2019) com uma câmera pequena foi uma escolha técnica que facilitou o acesso a tais momentos.

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Cinemas do interior (2019 – 39 min)

Direção: José Muniz Falcão Neto

Sinopse: Parte integrante de uma pesquisa de mestrado intitulada Etnografia das memórias cinematográficas no vale do Mamanguape-PB (2019), este filme aborda as memórias coletivas e os cinemas, as recepções fílmicas dos antigos espectadores e trabalhadores dos Cines Orion e Eldorado e as relações e diálogos construídos durante 6 anos de pesquisa com a câmera filmadora. Apesar do fechamento destes antigos cines, os espectadores/moradores dessas duas cidades, revivem e rememoram as antigas experiências através de novos aparelhos (Tv’s, computadores e celulares) e plataformas (Facebook), dando continuidade as suas memórias cinematográficas, apresentando as influências do cinema e dos antigos filmes nas suas vidas cotidianas.

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Katu (2019 – 50 min – Cor)

Direção: Alessandro Ricardo Campos

Sinopse: Filme realizado a partir do pedido de lideranças Ka’apor da aldeia Axinguirendá, T.I. Alto Turiaçu situada no Estado do Maranhão, que se organizam para fazer seu próprio filme. O desejo surge após assistirem imagens de seus antepassados, feitas em 1949 por Heinz Foethmann e Darcy Ribeiro, além produções realizadas por cineastas indígenas durante várias noites na ohú da aldeia (casa comunal). Acionados pelo poder do audiovisual, decidem mostrar – ao mesmo tempo revitalizar – sua cultura e se fazer conhecer da mesma forma que seus outros parentes fizeram nos filmes.

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Loss e Renam: Etnobiografias de artistas urbanos (2020 – 27 min – Cor)

Direção: Cornélia Eckert, Debora Wobeto, Leonardo Cabreira e Thayanne Freitas

Sinopse: Trazemos a biografia de dois artistas urbanos em Porto Alegre, RS, Brasil. Ambos compartilham suas trajetórias e narram suas inspirações imaginárias para a equipe do Navisual (PPGAS, UFRGS). As experiências etnográficas foram desenvolvidas na Oficina de produção de vídeos (2018) tendo por tema a construção de etnobiografias e por referências as obras dos antropólogos cineastas Jorge Préloran, Jean Rouch e Jean Arlaud (entre outros), conforme artigo de Eckert e Rocha (2016).

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Os catiços: possessão e transe (2019 – 28 min – Cor)

Direção: Bruno Filene

Sinopse: O curta metragem colhe diversas noções de transe e possessão entre diversas tradições culturais. No Ifá, um babalawo do Benin, Aynde, nos explica algo sobre a relação do ifá e candomblé, sendo ambas religiões dos orixás, e que possuem transe. No segundo clipe, aparecem imagens de um ritual do candomblé, apresentando o transe dos orixás, sendo exercido pela dança e por ritos espaciais que definem o ritual. No terceiro clipe somos apresentados à umbanda da Casa de Vovó Catarina. Algumas formas de incorporação e possessão ritual para tratamento espiritual são apresentadas. Por fim, apresentamos imagens mais obscurantizadas de um ritual de quimbanda, com a presença de várias figuras conhecidas como Zé Pelintra, Tranca-Rua, María Padilha e Boca da Mata. O filme busca por meio de balões informativos dar conta de uma longa trajetória de pesquisa em terreiros de religiões de matriz africanas e de matriz afro-brasileira. Foi o início de um projeto maior que está sendo desenvolvido para visibilizar e valorizar os patrimônios materiais e imateriais culturais de religiões resistentes aos processos colonialistas.

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O livro da água (2019 – 72 min – Cor)

Direção: Marco Antônio Gonçalves

Sinopse: O filme propicia o encontro entre pessoas e personagens. Seguindo o fluxo das águas dos mares, rios, suores e lágrimas cinco personagens de Shakespeare encontram pessoas reais que refletem sobre o destino, o amor, a inveja e a vingança. Um casal belga encontra Ferdinando e Miranda, dois Kaxinawa revivem Julieta, um lutador enfrenta Otelo e uma atriz performa ela mesma como Hamlet.

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Os operários do Barão (2019 – 38 min – Cor)

Direção: Eduardo Donato

Sinopse: A memória das lutas e das condições de existência dos trabalhadores de Rio Tinto (PB) contadas através das histórias de vida dos moradores da Rua do Barão, uma das mais antigas da Vila Operária local.

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Memórias visíveis (2019 – 13 min – Cor)

Direção: Coletivo Pé de figo

Sinopse: No litoral norte paraibano uma catadora de recicláveis conta sua história. Para além de seu trabalho insalubre, vive uma mulher de grande generosidade, narrando suas alegrias, memórias e lutas.

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Sinal fechado: hora do show, hora do trampo! (2019 )

Direção: Jocilene Ramos Bastos e Nilson Almino de Freitas

Sinopse: O documentário “Sinal Fechado – hora o show, hora do trampo!” é um dos frutos de uma experiência etnográfica vivenciada na rua durante dois anos com artistas que passaram pela cidade de Sobral trabalhando de forma independente com performance circense nos semáforos mais movimentados da cidade. A rotina, os semáforos, o “trampo”, as moedas, os malabares, o fogo, são alguns fragmentos que vão ganhando corpo – vida – poesia – visibilidade e novas significações a partir das narrativas e imagens que mostram as angústias, as necessidades e as alegrias do artista que utiliza–se da rua como palco de trabalho e busca pela liberdade. É hora do show, mas também é hora o trampo.

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ÜXÜ NAINECÜCAXGÜ – EL HERBORISTA

Direção: Lloyd Oraldo Manuyama Peña y Gerson Johnny Ferrer Pardavé

Obras Festival de Cine Latinoamericano en Lenguas Originarias

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Yaõkwa – imagem e memória

Direção: Vincent Carelli

Sinopses: O filme é realizado com arquivos da coleção de registros de enorme importância dentro do patrimônio audiovisual do projeto Vídeo nas Aldeias (VNA) para o povo indígena Enawenê Nawê (MT). Trata-se do registro, realizado ao longo de mais de vinte anos, do Yaõkwa, a mais importante atividade ritual desse povo, hoje em profunda transformação devido à exploração dos recursos hídricos da região, ao agronegócio do entorno, às mudanças climáticas, à facilidade de acesso dos índios aos centros urbanos da região e sua crescente inserção no sistema capitalista, entre outros fatores. Este acervo, embora tenha o Yaõkwa como objeto central, extrapola as atividades rituais e acaba se estendendo por inúmeros aspectos da vida dos Enawenê Nawê, igualmente em transformação, além de guardar a imagem de incontáveis membros da comunidade, muitos deles que já não se encontram mais em vida, agregando um imensurável valor sentimental ao etnográfico e histórico.