“O anum-preto (ou a graúna) é um pássaro associativo. Anda sempre em bando. Além do cântico ordinário, de todos os dias, ele tem um especial, cântico coral, em conjunto, que só é ouvido nas crôas, às margens dos rios e dos riachos, e apresenta a singularidade de ser onomatopéico, lembrando o ruído provocado pelas enchentes. Canta deste jeito somente no começo do inverno, de sorte que, quando ouve o sertanejo a zoada dos anuns, nas crôas dos rios, o seu peito se dilata e se alegra e fica a esperar chuva forte com cabeçada d’água.”
(Magalhães, Previsões folclóricas das secas e dos invernos no nordeste brasileiro)

“Foram mencionadas pelos informantes 30 espécies de aves bioindicadoras de chuva, as mais citadas foram anum-preto (Crotophaga ani), acauã (Herpetotheres cachinnans), sariema (Cariama cristata) e fura-barreiro (Nystalus maculatus). Os sinais-chave com valor informacional mais evidentes, que os moradores observam nas aves para o prenúncio de chuva, são as vocalizações.”

(Araújo et al., Prenúncio de chuva pelas aves na percepção dos moradores de comunidades rurais no município de Soledad-PB, Brasil)

“São os tempos de grande perigo em que aparecem os filósofos. Então, quando a roda gira cada vez mais rápido, eles e a arte tomam o lugar dos mitos em extinção. Mas projetam-se muito à frente, pois só muito devagar a atenção dos contemporâneos para eles se volta.”

(Nietzsche, A vontade de poder)