O Memorial Denis Bernardes preserva 23 (vinte e três) fundos documentais, tanto pertencentes à universidade quanto em regime de custódia. O acervo é composto por diversos tipos documentais, produzidos/colecionados por pessoas viventes do século XIX em diante; e chega a contar com itens preciosos datados do século XVII.
Inicialmente pensado para ser um espaço de salvaguarda da memória institucional da UFPE, ao longo de sua existência, o MDB remodelou sua missão e transformou o próprio caráter de suas atividades iniciais. Atualmente, a aquisição de acervos não passa apenas pela conexão com a universidade e, apesar de manter a relação com a preservação de artefatos institucionais, o setor continua a expandir os horizontes de atuação.
E por esta trajetória de sair das fronteiras institucionais, nosso acervo adquiriu uma característica peculiar para um espaço de memória em uma biblioteca: a diversidade de tipos documentais que se observa logo ao se abrir as estantes. Ajuda agrupar os fundos em guarda-chuvas tipológicos para localizarmos a especificidade de cada coleção.
Ora, nas bibliotecas pessoais encontramos majoritariamente livros, pertencentes a ex-professores, ex-reitores e ex-políticos do estado de Pernambuco. As coleções de caráter mais iconográfico contém desde plantas arquitetônicas a litogravuras: pesquisá-las nos permite navegar pelos limites entre arte e técnica. As tintas dos documentos manuscritos registram percepções políticas e poéticas na caligrafia marcante de tempos com predominância da palavra escrita com as mãos.
A rigidez da polícia ganha ritmo nas peças das partituras, itens musicológicos que referenciam manifestações fundamentais de nossa cultura local. Já os acervos audiovisuais dão vez a imagem e som, que aos poucos tornaran-se preponderantes nos registros históricos. As clássicas e centenárias esculturas mórmons da Escola de Belas Artes contrastam com os populares objetos tridimensionais colecionados por Ruy Antunes e nos dão a dica sobre a nossa própria transição da origem em acervos da elite para coleções produzidas em meio popular.
O devir ainda será gravado nas pedras, papéis ou bits da estrada do Memorial. Contudo, seja biblioteca, arquivo ou museu, seguiremos nossa contribuição para a preservação da memória e democratização do acesso a pedaços de nossa história.
Aproveitem!