Referência: GOODY, J. O roubo da História. Como os europeus se apropriaram das ideias e invenções do Oriente. Ed. 2. Editora Contexto, 2008.
Resumo da Obra: Se o Ocidente tivesse levado a sério Jack Goody, teria entendido melhor o desenvolvimento supostamente inexplicável da China, assim como o surgimento dos “tigres asiáticos” e do próprio “milagre japonês”. O mundo não se resume à Europa e aos países de colonização europeia. Óbvio? Talvez. Mas o fato é que nunca houve um livro como O roubo da história. Nesta obra, o autor critica aquilo que considera um viés ocidentalizado e etnocêntrico, difundido pela historiografia ocidental, e o consequente “roubo”, perpetrado pelo Ocidente, das conquistas das outras culturas. Goody não discute apenas invenções como pólvora, bússola, papel ou macarrão, mas também valores como democracia, capitalismo, individualismo e até amor. Para ele, nós, ocidentais, nos apropriamos de tudo, sem nenhum pudor. Sem dar o devido crédito. Este livro, apaixonado e apaixonante, abre uma janela para todos que querem descortinar o mundo, entre eles historiadores, antropólogos, sociólogos e jornalistas.
Indicação: Leitura complementar do professor. Nesse livro, Goody acusa teóricos como Marx, Weber, Norbert Elias, e questiona Braudel, Finley e Anderson por esconderem conquistas do Oriente e até mesmo se apropriarem delas em suas obras. Goody também critica os medievalistas que usam a Idade Média como um período de suposta criação da Europa. Mostrando que, em muitos aspectos, o Oriente foi mais desenvolvido que o Ocidente ao longo da história. Portanto, é um ótimo livro para desmistificar a noção eurocêntrica da história que conhecemos e usar de contraponto para o livro didático que, por vezes, reproduz uma história ocidental.