Este projeto tem por objetivo analisar como as relações raciais são abordadas nos currículos dos cursos de medicina de Pernambuco, após a implementação do Plano Nacional das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais (ERER) e para o Ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana, de 2004 e das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) do curso de graduação em Medicina (MEC/2014). Estudos nacionais e internacionais apontam para a necessidade de descolonização dos currículos desta área, marcada por uma perspectiva técnica-científica eurocêntrica, masculina, heteronormativa e cristã. A pesquisa ocorrerá nos cursos de medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e na Universidade de Pernambuco (UPE) nos campus de Recife, Caruaru e Garanhuns. Utilizará uma abordagem qualitativa pautada na antropologia da saúde para compreender o estado da arte da ERER nas ciências médicas e propor, por meio do audiovisual, a produção de materiais pedagógicos (vídeo, podcast e website) que auxiliem na formação dos alunos/as/es de medicina, para garantir um ensino antirracista e pluriversal na saúde. A base conceitual do projeto se fundamenta numa perspectiva interseccional e das epistemologias negras visando problematizar e combater o racismo epistêmico inerente à formação médica no Brasil.
Palavras-chave: Medicina, relações raciais, currículos, epistemologias negras