Equipes ganhadoras são formadas por estudantes de doutorado, mestrado e de graduação da Universidade 26/06/2023 13:13Ascom
A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) teve três projetos finalistas na Startup Way UPE & Federais Club. As equipes ADD Health, Purify e PPGM + tiraram, respectivamente, o 1º, o 2º e o 3º lugares na maratona promovida por universidades de Pernambuco em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Todos os integrantes dos grupos são estudantes de doutorado, mestrado e de graduação da Universidade. Também há participação de professores da instituição nas equipes. O encerramento do Startup Way UPE & Federais Club, aconteceu no dia 19 deste mês, na sede do Sebrae PE.
Os grupos participantes da maratona precisavam apresentar uma proposta de negócio inovadora que trouxesse soluções reais para desafios elencados pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). A ADD Healthy, equipe que tirou o primeiro lugar, apresentou o projeto Reciprint. A solução busca atender ao ODS 11, relacionado ao tema de cidades e comunidades sustentáveis e ao ODS 12, que trata de consumo e produção responsáveis.
O grupo é formado pelos alunos da graduação em Engenharia de Controle e Automação Igor Maurício de Campos, José Emmanuel Matias da Silva Santos e Paulo Roberto Oliveira de Sá; pela graduanda de Fisioterapia Júlia D’Arruda; e pela professora do Departamento de Fisioterapia Shirley Lima Campos. Os alunos propuseram elaborar um ecossistema com um novo modelo de reciclagem em que as pessoas participam da criação de um produto do início ao fim. O estudante Emmanuel Matias, que integra a iniciativa, explica que a ideia é o plástico ser tratado e transformado em filamento reciclado. O filamento é o principal insumo para as impressoras 3D. Ele explica que o objetivo também é criar oficinas de produção para gerar interesse na população em se tornar novos produtores e conhecer ainda mais a tecnologia.
“O projeto tem um aporte social forte ao oferecer uma fonte de renda com valor agregado para as pessoas que já trabalham com a reciclagem. Além disso, gera interesse em pessoas que ainda não participam do ecossistema”, detalha Emmanuel. Ele explica que a startup também disponibiliza uma plataforma, ainda em desenvolvimento, que vai contribuir para a troca de informações com os desenvolvedores e entre a própria população. Nela, será oferecido um ambiente com projetos já feitos, informações sobre os processos de reciclagem, produção do filamento, contato para solicitar impressões, dentre outras informações.
INOVAÇÃO – A Purify, equipe que ficou em 2º lugar, tem como proposta o Biofiltro, equipamento formado por uma estrutura externa de PVC, biocamadas filtrantes, intercaladas com materiais granulares. A ideia tem como público-alvo a população do semiárido que tem cisternas doadas pelo governo. O projeto – relacionado ao ODS que trata de consumo e produção responsáveis (ODS 12) – volta-se à captação de águas da chuva, seu tratamento por meio do Biofiltro e o seu posterior armazenamento em cisternas. A água é, assim, utilizada com potabilidade adequada ao consumo diário. O grupo é composto pela mestranda Alda Viana e pelos doutorandos Camila Barrêtto, Luan Furtado e Sheylane Luz, todos do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Energéticas e Nucleares, e pelos mestrandos Eduardo Medeiros e Josielly Braz, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e de Engenharia Civil e Ambiental, respectivamente.
De acordo com Sheylane Luz, uma das integrantes da equipe, grande parte das cisternas, que reservam água de chuvas, não tem tratamento da água captada, o que pode causar diversos problemas de saúde. “A população mais carente receberia esse equipamento através do governo, já que muitos não têm condições de comprar, por menor que seja o custo do Biofiltro”, detalha a pesquisadora. Segundo Sheylane, existem muitas cisternas instaladas e outras que ainda precisam ser disponibilizadas. A ideia é que o biofiltro seja doado conjuntamente. Sheylane ressalta, ainda, o caráter inovador da ideia, pois nela é utilizada matéria-prima presente na flora própria do semiárido. “Aquilo que seria descartado vira material para o biofiltro, o que pode gerar renda para os pequenos produtores da região”, destaca. Ela explica ainda que, após a consolidação do projeto, a equipe pensa em ampliar o público-alvo.
A equipe surgiu de uma pesquisa do grupo do professor Arthur Coutinho, que atualmente é secretário executivo de Saneamento do Governo do Estado. “Já havia a ideia de se colocar na rua o que pesquisamos e verificamos ser eficiente. Foi quando apareceu a Startup Way e tivemos a oportunidade de colocar no papel nossas ideias para algo maior, que pode ajudar muitas pessoas”, afirma a pesquisadora. “A segurança hídrica ainda está longe de ser igual para todos. Com a escassez de água, que ocorre em tantos lugares, imaginamos que a Purify possa ajudar muitas pessoas, já que muitas adoecem pelo fato de consumirem água contaminada”, conta.
O projeto apresentado pela PPGM + visa trazer uma solução relacionada ao ODS 12 da ONU, consumo e produção responsáveis, mais especificamente ligada ao uso de corantes artificiais nas indústrias alimentícias, cosméticas e farmacêuticas. A proposta tem como objetivo produzir corantes naturais através de biorreatores, usando rejeitos advindos dos restaurantes universitários. O grupo é formado pelos mestrandos dos Programas de Pós-Graduação em Morfotecnologia Amanda Albuquerque, Alícia Souza, Bianca Barreto, Lucas Cavalcante, Wesley Brandão e pelo mestrando do programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Paulo Martins. “Pretendemos comercializar esses corantes diretamente para essas indústrias, a fim de substituir o uso dos corantes artificiais, que trazem malefícios tanto para o organismo, quanto para o meio ambiente”, detalha Bianca Barreto, integrante da equipe. Ela lembra que existem muitas pessoas com limitações, por várias razões de saúde, para consumir produtos que contêm esses corantes em sua composição.
O Sebrae Startup Way UPE & Federais Club aconteceu de 1º a 15 de junho. O evento foi realizado de forma inteiramente gratuita. A iniciativa envolveu a UFPE, Universidade de Pernambuco (UPE), Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (Ufape), Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (Univasf), Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF-Sertão-PE) e Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). A maratona também teve apoio da IEBT Innovation, consultoria de Inovação Corporativa e Transformação Digital.
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PPGM +
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