Podcast – [Metaverso da Saúde] Internacionalização da Enfermagem (Japão)
Podcast - [Metaverso da Saúde] Internacionalização da Enfermagem (Japão)
Você já teve curiosidade de como faz para atuar como enfermeira fora do país? Ainda mais no Japão? No episódio de hoje, Karol e Matheus conversam um pouco com a aluna do 9º período de enfermagem do CAV, Mikaelly Nunes de caminhos que podem ser seguidos para conseguir atuar lá fora. Assuntos como documentos, preparação, atuação e salário foram as pautas da conversa!

Fala galera, somos o metaverso da saúde, que é um podcast ligado ao contêiner saúde, um projeto de extensão da Universidade Federal de Pernambuco, do Centro Acadêmico de Vitória, coordenado pelo nosso digníssimo professor Luiz Picelli. Meu nome é Carol e hoje a gente está com uma convidada especial aqui, a Mikaelly Nunes para a gente conversar um pouquinho sobre a internacionalização da enfermagem e sua atuação no Japão. Dando continuidade às entrevistas que serão intituladas de enfermagem e suas profissões.
Fala, galera, meu nome é Matheus e eu também vou estar junto com Carol para a gente conduzir essa entrevista e nossa amiga aqui, Mikaelly, a famosa Kelly.
Isso mesmo. E aí, pessoal, meu nome é Mikaelly Nunes, mais conhecida como Kelly e eu curso o nono período do curso de enfermagem, aqui no Centro Acadêmico de Vitória.
Então, Kelly, para a gente começar essa entrevista, eu queria saber como foi que começou essa tua vontade assim, de querer ir para o Japão? E se a enfermagem teve alguma influência na tua escolha?
Bom, não é que a enfermagem teve uma influência, na verdade essa minha vontade de ser enfermeira e a minha vontade de ir para o Japão, elas nasceram meio que concomitantemente. Por volta dos meus seis anos, eu já brincava que eu era enfermeira, eu tinha meus ursinhos, aí eu brincava com eles, que eles eram meus pacientes. E meu pai, ele assistia filmes de samurais, filmes de ninjas, e eu amava aquilo. Eu achava aquilo incrível, amava estudar sobre a história do Japão e também já assistia animes nessa época.
Aí tu assistia Naruto também, não era?
Naruto não existia ainda não.
Ai meu Deus, não tinha não ainda? Eu amo Naruto.
Bom, mas já tinha Dragon Ball, já tinha Cavaleiros do Zodíaco, já tinha Power Rangers e quando eu assistia aquilo, eu ficava, “poxa, que massa, eu quero muito ver essa cultura de perto”.
Ela estava achando que ela ia chegar lá e os Power Rangers ia receber ela.
Ia levar tiro lá e sair faísca.
Eu achava muito massa amigo, eu olhava e ficava, “oxe que povo” e eu achava eles lindos já. Eu ficava “o meu Deus”.
E eu acho que isso eu já herdei da minha mãe, inclusive. Minha mãe disse que quando ela era pequena, ela assistiu um negócio que era parecido com um Power Ranger, Inclusive; eu acho que era “*****” ou alguma coisa. Ela achava incrível, achava aquele homem muito lindo, disse “oxe mainha, eu nasci para botar a sua vontade à frente e me casar com um japonês”.
Mas continuando. Aí eu fui crescendo, fui pesquisando mais sobre, pesquisando assim por cima, assistindo anime, porque não tinha acesso à internet naquela época. Meus nove, dez anos, foi quando eu tive a primeira vez, contato com uma pessoa que era do Japão, no caso, uma descendente de japonês, ela ia para o Japão algumas vezes. Aí eu sempre fui muito tímida, só que nesse dia, minha filha, mas eu falei, mas eu perguntei coisas para essa menina, eu lembro até hoje, o nome dela.
Ayumi, inclusive.
Como o nome?
Ayumi.
Eu acho esse nome lindo, inclusive. Eu achei lindo. Estou pensando em botar na minha filha.
Alô, Ayumi, se você estiver escutando aí.
Quantos anos?
Uns nove anos.
Diga aí, a cabeça da menina.
Kasumi, já sabe disso já, eu disse: “Kasumi eu quero botar o nome da minha filha…” , enfim Kasumi, não entra na história agora, Kasumi, daqui a pouco vai entrar na história.
Eu fiz várias perguntas a ela, ela foi respondendo sobre a língua, sobre a cultura. O pai dela falava em japonês e eu ficava vendo ele falando e eu achava incrível. Mandava ela fazer o pai dela falar somente para eu ver. E eu já estava achando aquele incrível, com uns doze anos, foi quando eu comecei a ter acesso a internet, aí eu comecei a pesquisar. Desde então estou pesquisando até hoje. É quase que meu hiperfoco, costumo dizer, porque quase todo dia estou vendo alguma coisa. Se não é um vlog, é alguma notícia, algo sobre a cultura.
Assistindo os dorama dela.
Dorama é coreano.
Agora, anime eu assisto.
Agora, Naruto é japonês não é?
Naruto é japonês.
Aí está vendo, que eu sei menino.
Ela só sabe o nome de um anime e está botando ele todos.
E eu assisto legendado também, viu?
Não, mas tem que ser legendado.
Eu não entendo é nada. Eu nem assisto anime, nem nada legendado.
Mas é maravilhoso, amigo. Só presta assistir legendado mesmo.
Aí, pronto, quando eu estava no primeiro ano, eu acho, foi quando eu descobri que tinha um projeto na faculdade que se chama Ciência sem Fronteiras. Eu disse pronto, os professores já tinham mandado eu parar de pensar nisso do Japão, que não ia resolver em nada na minha vida, não ia dar em nada. Era para eu focar na faculdade. Eu já estava focando na faculdade que eu queria fazer, mais ou menos eu ficava a maior parte do tempo jogando e assistindo, mas eu já estava focando na faculdade e quando eu descobri que tinha o Ciência sem Fronteiras, eu disse: “Oxi é agora”, eu vou ir para o Japão.
Porque nesse projeto um dos países que você podia ir era o Japão. Você podia ir a qualquer momento da graduação, só que eu queria pegar os seis últimos meses, que é o internato da gente. Quando a gente está fazendo os estágios.
Eu ia pegar esses seis últimos meses, ia para o Japão, ia fazer os meus estágios lá e já renovar o meu visto de estudante para o de trabalhador porque já ia arrumar um trabalho por lá e por lá mesmo ficar. Só que o projeto chegou ao fim, infelizmente.
Isso aí, graças a nossa gestão pública.
Isso mesmo, amigo.
Que não quero citar.
Chegou ao fim e eu já desanimei de novo. Só que eu tinha a faculdade e obviamente, vou continuar o meu futuro, não vou parar por causa disso, eu disse: “vou voltar a estudar, vou estudar”. Entrei na faculdade, primeiro período passou de boa, segundo período com a minhas pesquisas, eu descobri que o Japão, ele tinha aberto as portas para estrangeiros, ou seja, eles tinham facilitado a entrada de estrangeiros, alguns vistos para alguns estrangeiros, entre eles profissionais qualificados e entre esses profissionais qualificados tinham pessoas que eram da área de saúde, principalmente enfermeiros. Eu digo: “Oxi, a minha hora chegou, obrigado Senhor, vou juntar o útil ao agradável de novo. E lá vamos nós”.
Eu fiquei, no segundo período, mas eu fiquei com isso na cabeça, só que a demanda da faculdade estava alta. Aí eu parei um pouquinho de focar no Japão e fiquei focando na faculdade.
O terceiro período do nosso professor ilustre, Cândido, chegou um dia dentro da sala de aula.
Nossa, eu amo cara.
Alô Cândido, queremos você aqui.
O próximo convidado, spoiler.
E ele chegou lá falando que a nossa área, vários países estavam abrindo as portas para a gente, inclusive o Canadá, Reino Unido e Japão, eu disse: “Oxi, ele viu a mesma notícia que eu, isso é um sinal para eu ir embora. Vou começar a estudar”.
Aí quando chegou no terceiro período, mais ou menos, foi quando eu comecei a estudar realmente, a pensar em estudar. Baixei um aplicativo entrei em uma plataforma.
Mas vê, pronto. Aí tu falou sobre essa questão da abertura que tinha no Japão, da abertura que teve o Japão. Que teve com o Ciências sem Fronteiras e por ter acabado o programa tu teve que recalcular, não é? Mas por que, que houve essa abertura no Japão? E como é que tu descobriu isso? Como é que descobri essa questão aí, de ter essa abertura? E porque são culturas bastante distintas, tipo, Brasil para o Japão é bem diferente. Eu não conheço muito bem.
Quase contraditórias.
Mas e por que que teve essa abertura para lá?
Porque a população do Japão está ficando extremamente envelhecida e a taxa de natalidade extremamente baixa, chegando em um nível que mulheres em período férteis a quantidade de filhos, na média de filhos está em 1,35%. Tu entende que não chega a ser nem um filho e meio por pessoa, por mulher, em estado de período fértil?
Quando a gente pega aquela pirâmide etária mesmo, a gente vê que a base está bem pequenininha. E lá em cima, cada vez crescendo mais a cada ano cresce mais.
As indústrias começaram a reclamar, falta de mão de obra, aí já não estava dando conta. Eles terem aberto as portas para descendentes de japoneses, que eles tinham aberto as portas já faz uns anos. Facilitaram para descendentes de japonês e até netos de japoneses entraram no Japão, sem problema nenhum, tanto que de sesenta e seis milhões de trabalhadores, 2% são imigrantes.
Só que ainda assim, é uma taxa bem baixa, porque eles são bastante culturais, eles gostam da cultura deles, seguem essas tradições e tudo mais. Aí eles resolveram que durante o período de cinco anos eles iam abrir essas portas para tentar sanar essa falta de mão de obra.
Aí tem dois tipos de vistos, um que é para trabalhar nas empresas, nas fábricas, principalmente nas indústrias. Aí nesse você pega no máximo cinco anos, e você pode ir com a sua família e se tiver a chance, você pode renovar, se tiver chance, não é?
E tem um outro que é para profissionais qualificados e esse aí era onde eu me encaixava. Aí eu ia ficar lá, eternamente. Enquanto eu quisesse ficar lá, eu ficava, renovando o visto, claro. Você pegava primeiro uma quantidade, parece que de três anos, o visto e depois ia renovando. Aí você podia ir juntamente com a sua família. Era só eu mesmo, mas eu já queria ir.
Tchau, mãe.
Tô indo aí, falou.
Aí era esse o visto que eu queria, para profissionais qualificados e foi isso. Eu descobri no ano de 2019 que teria isso. No final do ano, minha rota mudou totalmente de novo, porque eu comecei a estudar, porque eu ia, não é?
Sim.
Aí eu digo: “ vou entrar em plataformas”. Lembro como se fosse hoje, vinte e quatro de dezembro de dois mil e dezenove, véspera do Natal, eu sem ter o que fazer, sentada no sofá da minha sala disse: “vou entrar na plataforma agora, estou sem ter o que fazer, vou estudar japonês”.
Eu ia perguntar isso pra tu, se tu já sabia alguma coisa de japonês, se tu começou a estudar?
Quase nada, quase nada.
Minha rota mudou totalmente, eu me relaxei.
Agora uma dúvida aqui, é japonês ou mandarim?
Japonês.
Mandarim fala lá também?
Fala porque tem chinês lá.
Mas eu tenho uma pergunta, Mika. Tem alguma tendência de especialidade para ir lá ou tipo generalista?
Eles estão precisando na verdade, generalista mesmo, porque eles estão precisando para atender todas as áreas, porque a população está idosa, sim. Inclusive, Geriatria é um que a mais, quando você tem a Geriatria como sua especialização, eles já abrem os olhos, isso facilita que você consiga o visto. Entretanto, eles estão precisando de todas as áreas. Para ser enfermeira em escola, para ser enfermeira em clínicas, para ser enfermeira dentro dos hospitais, porque a mão de obra está escassa.
Eu vou embora. Duda. Faço as malas, quando terminar a gente vai para o Japão viu?
Vamos, estamos aí.
Porque até essa questão, não é, Kelly? Porque eu estudo contigo e o teu TCC, no caso, é nessa área de Geriatria. Aí também essa tua questão de tu querer ir para lá teve algum peso nisso aí ou não?
Teve também.
Só que eu já gostava de Geriatria, porque tu sabe, não é? Eu amo idosos amigo.
Eu vou ficar quieto.
Eu amo idosos e resolvi fazer nessa área e como eu sei que lá no Japão está precisando nessa área, eu disse: “oxe, só vou seguir essa minha vocação de conseguir conversar de boa com os idosos, seguir essa minha vocação e vou me especializar nessa área”.
Pronto, beleza. Desculpa até te cortar, mas tu pegou e pronto: ”vou lá. vou trabalhar lá”, mas tem alguma coisa que é necessário para ir atuar lá? Tipo, tem algum negócio? Porque tu falou, conversar com idosos e para conversar com idosos é necessário?
A língua japonesa, viu, não é mandarim.
Não é mandarim, a língua é japonesa.
Então, tem alguma coisa necessária, fora você ser fluente e o diploma, claro. Mas fora isso, tem alguma alguma especificidade no caso para você ir?
Você precisa de dois documentos para você ir. O primeiro é uma tradução juramentada. Essa tradução juramentada, você vai ir no sistema do governo.
Você tem que ir lá no site do governo federal, lá eles vão mostrar se tem disponível na sua área, no seu estado, algum tradutor para fazer essa tradução juramentada. Aí você vai pagar, obviamente para ele fazer isso em torno de cento e cinquenta a duzentos reais.
Aí ele vai lhe dar esse papel com a tradução juramentada. Fora isso, você precisa de um apostilamento de Haia, que é um documento que ele vai facilitar que você valide os seus documentos fora do Brasil. Aí Isso foi uma convenção que teve. A convenção Haia. Nisso, tem alguns países que eles aceitaram, estar nessa convenção. Entre eles está o Japão, por isso que você pode levar esse apostilamento do Haia para poder validar os seus documentos lá, e você vai fazer esse apostilamento e no cartório mesmo, eles enviam para o país que você quer, no caso, o Japão.
“Quero que faça a apostilamento Haia, para ir para o Japão”, aí eles vão enviar lá e você já vai ter esses documentos em mãos depois de alguns meses.
Então, no caso, tem que está aqui mesmo?
É. Você já faz isso daqui mesmo. Você tem que ir para lá já com isso na mão para poder validar direitinho o seu diploma e lá você vai fazer um exame.
Exame admissional?
Exato.
Embora o nosso curso, sem querer me “gabar”, o nosso curso, ele é bem completo, principalmente o daqui de Vitória. Ele é bem completo. A carga horária é bem completa e até extravasa, na verdade, o que eles pedem lá no Japão. Então a gente está com bastante “pano na manga” para passar na prova lá, sem problemas.
Só a Barreira, é a linguística, não é?
É. Bastante.
Barreira linguística. Você precisa saber o idioma. Não adianta você ir, por exemplo, com inglês, você precisa saber o japonês.
Como eu estava dizendo uma vez com meu amigo Mateus, que a gente estava falando sobre o inglês e tudo mais. Não adianta você ir para o Japão sabendo inglês porque você não vai conseguir se virar lá. Eles adaptam algumas palavras, porque a fonética de algumas palavras dele é totalmente diferente do da gente, de alguns sons, aí eles adaptam para o idioma deles, por exemplo: Bus (ônibus), para eles é “baço”.
Meu Deus.
Você iria entender?
Aqui a gente também tem essa palavra, “baço”.
É, mas para outra coisa.
É o nome de um órgão.
Aí chega lá, ele vai pegar um “baço”.
Aí pronto, “leite” que é “milk”, para eles, é miruku. Eles adaptam, não tem como você se virar, com o inglês de lá, não. Você tem que adaptar, na verdade, o seu inglês, se você quiser falar lá inglês.
Eles são tímidos, eles não gostam de falar em outro idioma. Eles acham lindo quando você fala o idioma deles, mesmo que meio errado e com sotaque da gente, eles dizem: “nossa, como você fala bem, não é?” A gente: “é sei”.
Aí é melhor você ir sabendo já o idioma mesmo. É um pré-requisito.
Mas aí, pronto, quando tu for no caso, já vai poder, estando com tudo validado e tal. Tu já vai poder atuar ou tem algum período de carência para isso? Tem algum período de adaptação ou não sei, é só chegar lá e ir simbora?
Nada de período de adaptação.
Já vai trabalhar.
Você faz o seu período de adaptação, até porque, para você tirar o visto para ir para o Japão, você tem que estar com o emprego garantido, porque eles precisam te dar um certificado de elegibilidade, e esse certificado ele é feito pela instituição que vai contratar você ou pela fábrica ou alguma coisa no caso das instituições.
A instituição que vai contratar você. Ele vai emitir certificado e vai mandar para você. Você só vai poder tirar o visto com esse certificado e lá, na hora do desembarque, você precisa mostrar esse certificado. Se não, você não entra no país. Você só fica por ali mesmo, pelo aeroporto.
Misericórdia, aquele filme daquele cara, que fica dentro do aeroporto.
Não e tem um que fica gritando, eu quero os meus cachorros pronto, nem seus cachorros, você vai ter direito a ver lá.
Aí você realmente precisa ir já com tudo organizadozinho. Quando você vai tirar o seu visto Tem um dos papéis que pedem, é um que vai ser preenchido por esse seu empregador, na verdade, vai ser um fiador, meio que um fiador para você lá dizendo, onde você vai ficar, quais hotéis você vai ficar, qual o endereço do lugar que você vai ficar, por quanto tempo você pretende ficar, toda sua estadia tem que estar lá tudo dizendo tudo direitinho, para ele ter certeza.
Todo um controle, não é que eles têm.
Que você vai lá, você tem onde ficar, você tem como ficar. Você tem como se manter, precisa ter uma quantidade x na conta. Que não me pergunte quanto é essa quantidade.
Bem burocrático.
Então, é justamente o que eu ia te perguntar agora. Como é que tu se preparou assim para seguir esse caminho? Eu sei que tu tá aprendendo japonês, Já deve saber. Se tu juntou alguma grana, como é que é?
Juntei grana ,sim, embora descobri que a grana daqui, o dinheiro daqui, não vale nem quase nada lá na real, não vale tanto lá não.
Tem que se preparar mais um pouco para ir.
Eu já vou falar logo de Kasumi.
Pode falar.
Eu casei com descendente de japonês, para poder ir para o Japão, para facilitar a minha ida.
O plot twist.
Eu já perguntei porque eu mudei algumas rotas e nesse meio de mudança de rotas. Estudando. Inclusive, eu num disse que eu tinha estudado. Eu comecei a estudar nisso, tinha o meu superior, não era para ser o superior. Na verdade, o monitor. Pronto. Não tem o monitor da gente que a gente tem aula de monitoria. Era para ele ser o meu monitor, aí a gente foi conversando sobre outros assuntos que não eram só japonês. Quando pensou que não, a gente tinha trocado o WhatsApp, aí a conversa não era mais nada sobre o Japão, aí a gente começou a namorar.
Mas no caso, conhecesse ele aqui na faculdade, então?
Não. Eu estava na plataforma. Lembra quando eu disse que eu comecei a estudar japonês?
Dia vinte e quatro de dezembro, que eu entrei na plataforma, nesse dia que eu entrei na plataforma coincidiu com ele entrar na plataforma. Tem que estar os dois online ao mesmo tempo.
Aí você mostra os perfil das pessoas e qual é o nível de japonês, no caso que eu queria japonês. O nível do japonês que a pessoa tem e se você está afim de fazer conversação com essa pessoa, porque é uma plataforma para conversação.
Eu estou ligada, qual é?
kasumi ele sabia mais.
Como se fosse o omegle.
É pronto, Kazumi, ele sabia mais. Ele era nível intermédio, já que ele viveu lá até os 9 anos e depois veio para o Brasil. Ele já sabia bastante.
Aí, ele ia ser o meu superior, quase não é? Ele ia ser meu sensei.
Aí ele ia me ensinar japonês, sobre o idioma e eu botei lá que eu sabia, zero. Mentira, eu já sabia alguma coisa, mas botei que sabia nada que eu iniciando total. Aí ele entrou lá ao mesmo tempo e eu acabei aceitando ele como meu superior. A gente começou a conversar. E é como eu disse, as conversas foram indo para outro canto quando pensou que não, eu não falava mais nada de japonês, aí a gente trocou o WhatsApp.
História de amor.
E aí, em 2020 a gente começou a namorar e no final de 2022 em agosto, ele veio para aqui para a gente casar, para eu ir para lá, para o Japão mais facilmente com o visto de cônjuge.
Aí, kazumi, ele veio a gente casou para poder conseguir esse visto, porque ele sabia qual era o caminho que eu queria seguir, o caminho que eu queria seguir. Ele era um pouco mais complicado do que através desse visto. Obviamente que eu consigo com muita facilidade, já que eu casei com um descendente.
O caminho que eu iria seguir era através do visto de estudante. Porquê, aprender japonês é muito mais fácil quando você está no Japão, obviamente, porque aí você vai ter toda a conversação, vai ter o dia a dia. E eu já queria ir logo para lá. Aí eu comecei a me organizar para começar o estudo aqui. Tinha algumas instituições que você aprender japonês, e eles têm alguns polos. Tem polos no Brasil e tem polo no Japão e você pode fazer essa migração daqui para lá.
Aí eu ia através de uma dessas instituições começar o meu estudo aqui e eu teria que tirar o N5, que é o nível de proficiência, uma prova para você conseguir provar. Obviamente, uma prova para você provar que você consegue, que você já tenha aptidão para o idioma, você já sabe falar o idioma, já entende o idioma mesmo que seja básico. Esse nível de proficiência são cinco, sendo do N1 ao N5 e você começa no N5, que é o mais básico, que vai até o N1 que é o fluente. Aí você após pegar N5, eu poderia ir para o Japão e terminar o meu curso lá, no caso, o curso de idioma, durante dois anos que o visto de estudante é até dois anos. Durante esse período de dois anos, eu teria que aprender Japonês tirar pelo menos um N2, eu iria estudar igual uma louca, tirar o meu N2 lá no Japão, ao mesmo tempo que eu iria estudar, eu também poderia trabalhar no que eles chamam de arubaito, que é um emprego de meio período. Eu iria ter alguma renda, obviamente, e também iria estudar.
E esse emprego seria na área de enfermagem ou em outra área?
Não. Em qualquer outra área. Atendente, principalmente. Sabe aqueles atendentes de mercearia? Esses aí, principalmente, porque são os melhores. Eles indicam, inclusive, que você seja de mercearia ou de alguma vendinha para você ter conversação no dia a dia, porque dá para você ter algum, em lugares mais internos onde você não precisa conversar com ninguém. Inclusive você não precisa se você não quiser, subir muito em alguma área, você não precisa saber japonês para ir para o Japão.
Alguns conhecidos meus, eles estão lá já e só que eles trabalham em fábrica e não tem conversação, aí eles não usam o japonês, só o básico no dia a dia e eles vivem lá normalmente. Só que eu não queria isso. Eu queria ficar na minha área, na área de enfermagem. Para isso eu preciso de conversação, além disso escrever e eles têm três silabares diferentes.
A gente tem só um alfabeto, eles têm três silabares não é o alfabeto são os silabares mesmo, porque são sílabas, são três diferentes. O hiragana que as crianças aprendem logo no primeiro ano da escola, o katakana que as crianças vão aprendendo a partir do segundo, terceiro ano. E o kanjis é aquele Monte de rabisco que a gente vê. Pronto. isso aí são os kanjis que o pessoal gosta de fazer tatuagem com aquilo que às vezes faz errado, inclusive.
Já pensasse e também tem naquelas camisas que a gente compra. A gente não. Quem compra.
É pronto.
E eles usam os três ao mesmo tempo. Não tem, como você chegar a algum lugar e você achar que você vai ver só o silabário mais fácil não, que é o hiragana não. Vai ser os três ao mesmo tempo. Você precisa identificar os três, embora seja mais difícil você saber, todos os kanjis, já que tem milhares, nem eles mesmo, sabem todos.
Mas tipo, vê aí, beleza, aí tem que saber silabários e tal. Mas tem algum silabário que é mais técnico bora dizer assim? Porque por exemplo, a gente indo para lá, vai trabalhar na área da enfermagem ou qualquer outra área que seja. Tem que ser mais científica, bora dizer assim, mas tem algum desses kanjis que ele é mais técnico? Ele é mais direcionado e tal? para a área da gente, assim falando.
Sim, tem uns kanjis específicos para a saúde, tem várias palavras específicas na área de saúde e que você precisa realmente aprender. E eles são complicadíssimos. Aí você precisa realmente estar ali escrevendo no dia a dia e estudando mesmo para você saber identificar quando vê e não só saber identificar, porque saber, identificar é até fácil eles acham fácil de identificar o difícil é escrever.
Você lembra todos os ensinos para escrever, aí você precisa de toda uma preparação e com certeza indo com o visto de estudante. Começando debaixo estudando o idioma. Depois indo atrás, fazendo meu plano de carreira que normalmente essas empresas, elas têm um plano de carreira, nesse plano de carreira, eles vão lhe ajudar nisso.
Aí, através desse plano de carreira, você chegar no seu objetivo e poder estudar os kanjis da área que você quer seguir.
Pronto, mas já aproveitando o que tu até já falou, o que seria esses planos de carreira?
Esses planos de carreira, inclusive, eu indico quem for usar esse método do visto de estudante, procurar uma instituição que lhe ofereça esse serviço de plano de carreira, porque vai ser uma pessoa específica, que vai estar lá para lhe ajudar a concretizar os seus objetivos. Qual é meu objetivo aqui no Japão?
Aprender japonês para poder ser enfermeira, então ele vai traçar todo o passo a passo que você precisa fazer, o que você precisa aprender, onde você precisa ir para você conseguir chegar naquele seu objetivo.
Pronto, são agências aí no Brasil.
Isso exatamente. Algumas oferecem esse serviço, outras não. Então é bom você sempre verificar se vai oferecer esse serviço, porque é de grande ajuda. Com toda certeza eles vão facilitar e muito sua vida.
Pronto. Eu queria pegar esse visto, depois pegar o visto de trabalho quando eu conseguisse terminar os dois anos, eu consegui passar no exame e arrumar um emprego. Aí eu iria pegar o visto de trabalho, e aí sim a seguir.
Mas vê, no caso, como tu falou. Tu falou vários vistos e tal. Mas tu ter casado com um descendente de japonês que já mora lá no Japão facilitou mais essa questão de tu conseguir esse visto e tal como tu até falou. Facilitou, mas ele facilitou de que forma?
Ele facilitou porque eu não vou precisar de um monte de documentos e eu já posso ir direto para o Japão e fazer as coisas mais tranquilamente e assim o meu visto vai sair antes, porque por exemplo: se eu fosse através do visto de estudante, eu iria passar um tempo aqui estudando. Teria que conseguir o N5, não teria uma academia aqui, eu teria que ir lá para São Paulo para conseguir a academia aqui. Eu queria lá em São Paulo. Eu poderia começar online, mas eu prefiro estudar estando naquela instituição do que estudar online, porque a gente já fez o EAD e nem sempre dá tão certo assim.
Eu prefiro estar lá na instituição. Eu teria que ir lá para São Paulo, eu teria que começar a estudar, teria que passar. Ter o N5. Após isso, conseguir os documentos, a própria academia, vai emitir o certificado de elegibilidade, que é aquele que eu falei que você só precisa de um fiador para poder ir. A academia já vai quebrar esse galho para você, então já fica um pouquinho mais fácil. Só que mesmo assim, isso ia demorar bastante. Podia botar um ano para frente depois que eu terminasse a faculdade para eu começar a ir atrás do meu visto para ir para lá. Aí isso demanda tempo, cansaço e meu marido, ele não ia aguentar tanto tempo longe de mim.
Ele já está aguentando.
No caso, tu ia perder esse tempo de estágio lá, não é? Esse que tu pretende fazer.
Não. Esse aí o projeto já acabou, não tem mais estágio lá não.
Ah entendi.
Mas assim, então esses são os documentos que tu precisa para tirar esse visto ou tem mais algum?
Tem mais algum. Sim. Você vai até a embaixada para você conseguir saber quais são os documentos. Você vai até a embaixada, tem uma em Recife, inclusive. Você vai lá na embaixada japonesa. Quando chegar lá, você diz que quer solicitar visto, ele vai fazer algumas perguntinhas e vai lhe dar o papel dizendo, quais são os documentos que você precisa.
Aí eu peguei aqui alguns documentos que são necessários para o visto de trabalho. Para o visto de trabalho você vai precisar do passaporte original e uma cópia da folha de identificação, formulário de solicitação de visto. Esse formulário é aquele que eu falei que a empresa vai preencher também, mas não é ela que vai emitir. Ela vai lhe ajudar a preencher. Como? Vai dizer onde você vai ficar, quem é o seu fiador. É um monte de perguntas, são duas páginas, inclusive. Lá pergunta inclusive se você já cometeu algum delito fora do país, se você já foi deportado, se você já foi preso, um monte de coisa.
Eu acho importante.
Aí, precisa também de uma foto 45×35, a carteira de identidade, o RG e o certificado de elegibilidade que no caso vai ser a empresa que vai emitir. No caso de estudante, quem vai emitir é a própria academia e através desses documentos você volta lá na embaixada, aí você vai fazer o pedido do visto, que demora, inclusive, bastante.
Eu vou ter essa facilidade porque mesmo assim, mesmo tendo facilidade, mesmo eu tendo casado com descendente de japonês, eu não posso casar hoje e ir para o Japão amanhã, eu preciso passar pelo menos um ano casada. Por isso que ele veio em agosto do ano passado, a gente já computou tudo direitinho que eu gosto de botar “todos os pingos no is”, que é que a gente vai fazer? isso, isso e aquilo, tudo certo, quanto tempo falta para terminar a tua faculdade? Falta um ano. Porque eu ia terminar a faculdade, obviamente antes de ir.
Quanto tempo faltava? Na verdade, quando a gente começou a pensar nisso, faltava um ano e seis meses. Aí ele disse: “quando faltar um ano, eu vou”. Aí quando faltava um ano para terminar, em agosto do ano passado, ele veio, a gente casou no dia dezoito de agosto, e depois ele voltou para o Japão que ele tem o emprego dele, infelizmente ou felizmente. Não, infelizmente, que ele foi embora, não é?
Aí tu está quanto tempo sem ver, ele?
Desde o final de agosto.
Mas é a vida. É assim mesmo.
Triste. Se fosse gravado o podcast em imagens, vocês iam ver o rosto de Kelly triste.
É extremamente triste.
Aí ele está lá e eu aqui, inclusive essa hora ele está dormindo, daqui a pouco ela acorda e ele voltou para trabalhar. Eu fiquei aqui para terminar meus estudos e depois de um ano eu posso tentar dar entrada no visto. O que não garanto que eu vou conseguir também. Pode botar uns três ou quatro meses pela frente, porque, esse vistozinho, é complicado tirar visto para o Japão, porque é um país bem fechado como eu falei, não extremamente fechado, também não é uma Coreia do Norte, da vida, mas é bem fechada para a pessoa ir.
Aí, só que isso, obviamente, facilitou. Tira um monte de documento. Quem vai emitir o meu certificado de elegibilidade é o próprio Kasumi. Porque ele é quem é a minha garantia de ir para o Japão. Eu sendo casada com ele, isso vai facilitar. Eu ter uma qualificação também vai facilitar ainda mais para eles. Isso enche os olhos deles para garantir o meu visto e também para eles ter a segurança de que quando chegar lá, eu vou ser útil para o país.
Meio que encurtou o tempo. Apesar que vocês vão ficar um pouquinho longe, um tempo bem…
Final desse ano, começo do próximo.
Mas encurtou bastante. Para tu conseguir o teu visto. Para tu ir para lá, não é?
Com certeza.
Totalmente e é uma garantia também para o país, como tu falou. Mas assim falando sobre a enfermagem lá, o que a gente gosta muito de saber é a questão do salário, porque aqui no Brasil, a gente sabe a situação do enfermeiro atualmente e compensa mais lá no Japão, o salário seria maior quando você converte para o real, como é que fica?
Com toda certeza é melhor lá. Só que o erro da gente às vezes é ficar convertendo porque a moeda de lá, ela é bem mais valorizada do que aqui. Só que o salário mínimo, se você for comparar o salário mínimo com salário, você recebe e diz: “opa, tá ótimo”. Se o salário mínimo, que é esse aqui a base, todo mundo vive bem lá, é o paizão da desigualdade social. É lá embaixo. Então estou de boa, consigo viver bem.
Lá, a moeda de lá é Ienes e ela é bem diferente daqui. Aí não dá para a gente ficar comparando muito, mas eu vou dizer para você mais ou menos.
A média do salário deles lá é cento e sessenta e um mil e duzentos Ienes.
Certo.
Por hora?
Não. Por hora não.
Eles lá, calculam o dinheiro que você vai receber por horas mesmo.
Mas não é esse? Esse é o total.
Não é não, o mínimo é entre setecentos a mil e trezentos. Aí você vai vendo, dependendo do emprego, depende da província que você está. Se você está mais no interior, se você está mais perto de Tóquio e quanto mais perto de Tóquio mais você recebe, enquanto mais no interior…
E tu vai mais para perto de Tóquio ou mais para o interior?
Eu gosto de interior mas eu não vou muito para o interior não, porque é mais complicado para estrangeiro. Está no interior. Infelizmente, xenofobia existe em todos os cantos e lá nem é tão forte quanto nos outros lugares. Só que você vê os olhares. Dá para você ver. Em sua maioria. Na verdade, é curiosidade, você vai chamar atenção, eu vou chamar a atenção onde eu passar porque eu sou morena, eu tenho o cabelo diferente deles, eu tenho os olhos diferentes deles. Eu vou chamar atenção em tudo que canto. Meu marido que é meu marido ele não tem os olhos puxados não, já vou logo avisando, “spoiler”, ele não tem olhos puxados. Sim, eu gostava de japonês com olho puxado.
Eu imaginei ele com os olhos puxados.
Não tem.
Eu imaginei que algum dia eu ia casar com alguém de olho puxado, mas aí veio o Kasumi. E quer saber, saiu melhor que encomenda.
Mas está muito melhor com ele do que com o japonês dos olhos puxados. Aí vão lhe olhar, vão ficar apontando. Tem até uns termos pejorativos que eles chamam você de forasteiro, mesmo. Forasteiro que é “gaijin” . Chamando você de forasteiro, mas de uma forma bem pejorativa. As crianças que gostam muito de fazer isso, já fizeram com meu marido, inclusive apontando para ele, chamando: “oh gaijin, gaijin, gaijin”. Bem pejorativo.
As crianças.
É como se fosse um palavrão assim?
Não. Não é um palavrão, é uma forma pesada de ( menosprezar a pessoa basicamente) de chamar você.
Exato.
Aí é criança que faz muito isso, minha gente.
É, eu tinha até essa dúvida, porque eu tenho conhecido lá também na época que eu jogava jogo online, a gente conversava bastante e tinha um cara que ele mora lá ainda, “Satinho” e ele falou que às vezes ele chegando no supermercado, anunciaram que ele tinha chegado no supermercado, no sistema de som. Entende-se? É tipo como se fosse falar: “chegou um filho daqueles que fugiram da guerra”. Tipo, basicamente isso. Então eu acho que eles tem muito essa questão assim, deve ser bem pesado lá.
Muito, muito não, amigo. Depende de onde você está. Ele deve estar em um interior, mesmo, aquele interior que você não acha nenhum estrangeiro, porque, por exemplo, Kazumi, nunca passou por um negócio desse. Ele também nunca sofreu xenofobia lá. Dificilmente alguém sofre xenofobia, só que você percebe que as pessoas estão olhando para você na maioria das vezes com curiosidades.
Por exemplo, se você tem um filho lá no Japão, todas as velhinhas que você passar no meio da rua vai parar você para dizer que seu filho é lindo, que os olhos deles são muito lindo, que ele parece um anjinho, eles admiram até padrão de beleza lá. Eu acho incrível isso. Sou padrão de beleza lá, amigo, só queria dizer isso.
Mentira sou não.
É aquela coisa muito velada, não é? Que existe.
É.
Sempre vai ter esse negócio, só que você tem que relevar para poder se adequar a cultura deles lá.
E assim, onde é que os enfermeiros podem atuar lá? Então é a questão do salário que tu disse? Lá, com certeza vale muito mais do que ficar aqui no Brasil, não é?
Sim, com certeza. Vamos falar logo de números. Como eu falei, o salário mínimo ele é em média 161.200 JPY, que é em torno de 6.300 BRL. Com o Iene hoje, olhando o Iene hoje porque ele sempre está oscilando. O salário do enfermeiro ele é 340.000 Ienes.
O que é bastante se comparar ao salário mínimo que é 161.200 JPY, só que é 340.000 JPY e ainda tem um bônus que você recebe de 860 JPY.
Esses 340.000 JPY são 13.580 BRL e o bônus de 860… JPY é 34.350 BRL. Só que esse bônus não me pergunte de quanto em quanto tempo você recebe. Você continua recebendo ele.
Eu perguntei isso para o meu marido, inclusive, que eu fiquei bastante confuso, não em lugar nenhum, dizendo como é que você recebia o bônus. Possivelmente é o bônus que você recebe de uma quantidade certa de mês. Ele disse que ele já viu o bônus de três em três meses e de seis em seis meses, então mais ou menos nesse período de tempo, você recebe esse bônus e fica recebendo o resto da vida. Enquanto você trabalha lá, o que é maravilhoso, imagina.
Como se fosse uma gratificação?
É uma gratificação.
E esse salário que eu falei de 340.000 JPY, ele não é fixo. Porque lá você recebe por hora, isso é, se você trabalhar quarenta horas semanais.
Lá, você recebe por hora e quase todos os dias você tem hora extra para fazer. Se você quiser. Obviamente, ninguém vai lhe obrigar a nada, mas se você quiser, você pode fazer hora extra e lá você normalmente trabalha de segunda a sexta também. Sábado muitas vezes é hora extra. Entretanto, tem uns empregos que você trabalha dia de sábado normal, só que normalmente sábado é hora extra.
Aí, se você pegar um sábado para trabalhar oito horas de um sábado, todas as oito horas vão ser horas extras, por exemplo, normalmente por hora eu ganho 50,00 BRL, vamos dizer. Se eu trabalhar no dia do sábado cada hora vai valer 80,00 BRL.
O salário que eu estou falando de 340.000 JPY, ele não é fixo, isso vai depender de quantas horas você vai trabalhar, quanto mais horas você trabalhar, automaticamente você ganha mais e as áreas que eles estão precisando lá… eles precisam em todas as áreas, como eu falei, principalmente, você vai trabalhar na área hospitalar e nas clínicas, principalmente nas clínicas, porque tem muitas clínicas.
Lá no Japão. Não existe o SUS como da gente. Lá é plano de saúde e tem muitas clínicas. E possivelmente, pode ser possível que você vá trabalhar em uma clínica e dependendo da clínica, você pode ganhar mais ou menos e dependendo do hospital também, você pode ganhar mais ou menos.
E também casas de repouso. Lá, já que tem muitos idosos, você pode trabalhar nas casas de repouso, sendo enfermeiro da casa de repouso.
E esses salários também vão variar de acordo com a instituição que você trabalhar.
É isso Kelly. Está chegando ao fim. Já não é? Foi uma conversa massa aqui, mas tu tem alguma dica para quem se interessou em ir? A gente falou de bastante coisa, falou das partes boas, das partes não tão boas. Mas tem alguma dica que seja de carreira, ou seja, de vivência, seja de planejamento, que tu tem para passar para o pessoal, para alguém que se interessa em ir?
Se a pessoa se interessa em ir para o Japão, eu indico que, primeiramente, eles pesquisem sobre a cultura que é completamente diferente. Na verdade, qualquer lugar que você for é bom você pesquisar sobre a cultura, porque em lugares como Japão mesmo eles têm a cultura deles bem raizada e você precisa, obviamente, respeitar quando chega lá, coisa simples do dia a dia que para a gente é normal, para eles podem ser uma terrível falta de educação. Você chegar em alguém e você cumprimentar com um abraço, você está invadindo o espaço pessoal da pessoa. Você tem que chegar e baixar a cabeça e dependendo do quanto você conhece aquela pessoa, do quão superior, estou falando isso academicamente. O quão superior aquela pessoa é, depende do grau da pessoa para você abaixar mais a cabeça até você fazer aquele de 90° mesmo, mas normalmente conhecido, você só baixa um pouquinho e nada.
Por exemplo, se eu estou dentro do hospital, eu sou enfermeira. O diretor do hospital, chega ali, vou fazer o arco de 90° porque eu sou uma pessoa educada. Pode não fazer, mas é educado você fazer.
Entendo. É de bom tom.
Isso é uma coisa que muitos estrangeiros fazem, que eu acho engraçado assim, quando eu pesquiso. O táxi, principalmente em Tóquio, você não abre a porta, a porta, se abre sozinha e se fecha sozinha, não abra a porta, não feche a porta batendo. Que eles vão lhe olhar com cara feia. Não atravessem fora da faixa de pedestre, feito o jeitinho brasileiro que a gente dá. Lá eles vão lhe olhar com a cara feia. Se você atravessar, tem vídeos, inclusive, se você pesquisar isso não é uma regra absoluta. Obviamente, tem sempre alguém que está fora da curva, mas tem uns vídeos que eu acho engraçado. Se você olhar quando estrangeiro, vão lá no Japão. Para atravessar a rua, mesmo em um cruzamento que não esteja com movimentação de carro, todo mundo esperando o sinal ficar verde para poder atravessar.
Verde para o pedestre, não para os carros. Ficar verde para o pedestre para poder atravessar todo mundo de um lado e de outro. Esses dias eu vi um vídeo que eu achei super engraçado. O cara estava em uma rua movimentada de Tóquio, não tinha carro de um lado, não tinha carro do outro e todo mundo, um Monte de gente mais de vinte pessoas atrás deles, todo mundo esperando o sinal abrir, ele disse, poxa, se eu tivesse em casa, eu só corria para o outro lado e atravessava porque não é possível.
A gente atravessando na frente das clínicas, correndo ou aí embaixo.
A gente na frente da faculdade, se atravessado no meio dos ônibus para passar.
É isso mesmo.
Aí tem regrinhas assim. Também uma que quando você vai comer em algum lugar, tem uns hashi que a gente come, não é? Os hashi quando você vai comer arroz, você não pode enfiar o hashi dentro do pote de arroz, porque aquilo tem significado de morte para as pessoas ali, e é uma coisa que o pessoal sempre faz: “ah vou pegar água aqui”. Enfia o hashi dentro do pote e vai pegar água. Então não é legal você fazer. Vários estrangeiros fazem, então pesquisem a cultura do lugar, vejam mais sobre aquele povo, sobre a história daquele povo. Vejam, a cultura, especificamente do lugar que você quer ir, porque o Japão, ele tem uma cultura muito rica e dependendo do lugar que você vai, a cultura ela tem umas “especificidadezinhas”.
Vejam um idioma também do lugar que você vai, é japonesa em todos lugares? É japonesa em todos os lugares. Só que eles têm dialetos diferentes. Se você está na região mais perto de Tóquio, quase eles não tem sotaque, vai ser aquela fala normal, sem entonação. Se você está mais perto de Hokkaido, vai ser o sotaque forte em um nível que alguns japoneses acham difícil entender o que o pessoal de Hokkaido está falando porque eles dão entonações, em algumas palavras que normalmente não dão entonação.
Eles falam algumas palavras com entonação, e eles também tem um sotaque mais forte.
Aí é importante que você pesquise a cultura daquele local, que você se familiarize com aquele local e que você veja direitinho quais são os passos que você vai seguir naquele local, já que, é um país diferente, é um lugar onde você vai estar longe das pessoas que estão ao seu lado aqui. É um lugar com uma língua totalmente diferente, dificilmente vai ter alguém que lhe ajude, principalmente o brasileiro, porque nem sempre brasileiro é receptivo com brasileiro fora do país, então é bom você já saber todos os passos, você vai seguir direitinho, você saber o idioma direitinho, você se familiarizar com aquela cultura direitinho para você poder não penar, quando chegar lá.
Então acho que a palavra chave é basicamente planejamento e mente forte.
Exato, preparação.
Então é isso aí, pessoal. Estamos chegando aqui ao final do nosso episódio. Para você que gostou muito obrigado por acompanhar até aqui. Muito obrigado também à Kelly por ter vindo. Disponibilizado o tempo dela aqui para conversar com a gente.
Escutem os nossos outros podcast, tá saindo mais podcasts a gente vai falar também sobre a internacionalização da enfermagem em outros países. Está vindo mais professores, mais alunos, ex-alunos, para conversar com a gente sobre diversos assuntos. Então deem aquela força para a gente. Vejam lá no Instagram também.
Os outros episódios no Spotify, arrasta para cima aí que tem uma caixinha de perguntas também que vocês podem estar interagindo com a gente.
Então, muito obrigado e até a próxima. Tchau, tchau.
Até a próxima, galera. Muito obrigado, Mika.
Nada, precisando estou sempre aqui e quem tiver dúvidas e tiver vontade de ir para o Japão, também pode me procurar em alguma rede social. Não Facebook, porque eu não uso, porque eu já pesquisei bastante, e se vocês fizerem assim seguir o caminho, tiverem dúvida de alguma academia, alguma coisa pode aparecer por lá que eu estou sempre disponível.
Manda aí teu arroba do Instagram.
Nem eu sei meu arroba do Instagram.
Eu vou seguir agora.
Aí fica complicado.
Mas aí eu vou lá olhar.
espera aí, amigo. Aqui achei. É “Kellynuness__”.
Pronto, fechou então.
Obrigada, galera. Valeu.
Episódio: Internacionalização da Enfermagem (Japão)
Apresentação: Karol Rocha e Matheus Sales
Convidada: Mikaelly Nunes
Roteiro: Matheus Sales
Gravação: Matheus Sales
Edição: Matheus Sales
Coordenação: Luiz Miguel Picelli Sanches
Trilha Sonora: Gabriel Arimateia
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