Podcast – [Metaverso da Saúde] Atuação da CCIH – Enfermagem e suas profissões
[Metaverso da Saúde] Atuação da CCIH part. Conceição Lira - Enfermagem e suas profissões
No episódio de hoje, Matheus conversou um pouco com a professora Conceição Lira sobre a atuação da CCIH e como a enfermagem atua nesse setor. A entrevista faz parte do “Enfermagem e suas profissões” que irá mostrar onde e como os enfermeiros podem atuar em diversos setores.

Olá galera, somos o metaverso da saúde, que é um podcast ligado ao container saúde, um projeto de extensão da Universidade Federal de Pernambuco, no centro acadêmico de Vitória. Ele é coordenado pelo professor Luiz Picelli, e meu nome é Mateus.
Hoje a gente vai entrevistar uma convidada muito ilustre, a professora Conceição, mais conhecida como tia Ceiça aqui no CAV, e a gente vai conversar um pouco sobre CCIH, suas adjacências, a enfermagem basicamente na CCIH e a sua atuação. Vamos dar início a um projeto novo aqui do metaverso, que vai ser intitulado de “Enfermagem e suas Profissões”. Então o enfermeiro pode atuar na CCIH, pois é uma das profissões dos enfermeiros.
E aí professora, tudo bem?
Tudo bem Mateus, boa tarde.
Primeiro, eu quero agradecer o convite para participar aqui pra falar um pouquinho das profissões, eu sou professora Conceição Lyra, sou enfermeira de formação, especializada em gestão ambiental, tenho um mestrado em tecnologia ambiental, doutora em ciências farmacêuticas, trabalho no projeto de extensão de saúde ocupacional e ambiental do Hospital das Clínicas, sou membro do comitê de ergonomia do hospital das clínicas, faço de tudo um pouco e sou apaixonada pelos alunos e apaixonada por dar aula, eu acho que o sucesso mesmo do que a gente faz é esse, ser apaixonado pelo faz.
Mas então, vamos lá começar o nosso tema, vocês viram que a gente está trazendo uma pessoa que entende do que está falando, mas professora, muitas pessoas ouvem falar da CCIH, a gente vai para os estágios, a gente vai pro hospital e desde a primeira vez que a gente vai, sempre tem alguém que fala, “Tem enfermeiro da CCIH”, “Apareceu a CCIH”. E o que é isso, essa tão famigerada CCIH?
A CCIH é a sigla da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, ela tem um papel fundamental dentro da instituição de saúde, porque ela é um pilar de sustentação do processo de qualidade. Hoje se fala muito em gerenciamento de risco e segurança do paciente. Então, para você fazer o gerenciamento de risco e a segurança do paciente, você tem que ter uma CCIH, uma comissão de controle de infecção hospitalar bem estruturada para ela assegurar esse pilar da qualidade.
Certo, assim eu tinha visto antes para não passar vergonha, a senhora com um currículo desse, que fora o CCIH, a gente tem o PCIH, que no caso é Programa de Controle de Infecção Hospitalar, que eles vêm de portarias e leis, enfim, mas qual foi o objetivo da criação deles dois, a senhora pode dizer um pouquinho disso pra gente?
Se a gente fizer um histórico, indo lá atrás, veremos que antes de existir CCIH, não se falava nem controle de infecção, muito menos em separação de pacientes. A gente vem de históricos de pacientes que morriam porque ficavam aglomerados com “N” patologias, onde cruzava as contaminações de aerosol, de gotículas, de contato, não existia separação. Então a gente tem Florence, que começou tudo lá atrás, junto com o obstetra Ignaz Semmelweis que descobriu através da lavagem das mãos, que você poderia reduzir a taxa de infecção, e eles fizeram essa observação que foi reduzida no hospital em Viena, a taxa de infecção na clínica obstétrica das pacientes que tinham filhos, e Florence ela teve uma importância muito grande, porque ela tinha o hábito de lavar, higienizar as mãos com a água clorada, e aí começou os primeiros passos, a gente no Brasil com a morte do então Tancredo Neves, que morreu de infecção hospitalar no hospital de base em Brasília, começou a surgir as primeiras portarias, em relação a necessidade de se criar uma comissão de controle de infecção hospitalar e posteriormente à criação do Programa de Controle de Infecção Hospitalar. Quando começou as primeiras comissões, elas existiam no papel, mas tinham pouca efetividade. Então houve essa necessidade de criar um programa de controle de infecção hospitalar que hoje as instituições têm que ter, você pode fazer o seu programa trimestral ou semestral, onde você vai colocando as metas a serem cumpridas, os planos de ação, mas vem tudo lá da época de Florence e a gente até hoje vive nessa busca incessante de minimizar os impactos das infecções hospitalares, porque não existe infecção “zero”, não existe nenhum hospital que tenha infecção “zero”, porque a gente vai ver que elas são endógenas, exógenas, mas a gente diminuiu o risco de um evento adverso, porque hoje a infecção hospitalar ela é um evento adverso. O evento adverso é aquele efeito não desejado, é um dano não desejado ao paciente.
É verdade, e falando sobre essa questão, a senhora também é professora de biossegurança, e também entende bastante disso, então a biossegurança tem um papel importante, nessa não infecção do paciente, na prevenção. Porque quanto mais biosseguro a gente for, menos infecção a gente vai levar.
A biossegurança, ela começa a surgir lá nos primeiros casos dos pacientes soropositivos, que aí começou o cuidado relacionado ao profissional, e quando surgiu a NR 32 do Ministério do trabalho, ela veio reforçar essa necessidade de se trabalhar a questão da segurança do profissional da área de saúde que até então, não tínhamos nenhuma norma que nós pudéssemos nos apoiar. Então, quando surgiu a NR 32 do Ministério do trabalho, ela veio com esse reforço não só do ponto de vista trabalhista, de você apertar um pouquinho o gestor e mostrar para ele que era necessário ele proporcionar segurança e minimizar os riscos para que o profissional pudesse trabalhar de forma segura. Eu sempre digo um profissional inseguro, ele não vai fazer uma prática segura, a biossegurança ela vem para isso, então a gente trabalha com os alunos, você foi meu aluno, os cinco tipos de risco.
Então professora, no caso, como a senhora falou, essa questão da biossegurança vai servir como pilar para segurar e manter esse serviço de saúde em pé, vamos dizer assim, porque também, eu creio que a gente vê muita coisa que tem no hospital, às vezes a gente chega, por exemplo, nas clínicas sempre tem aqueles gráficos, e acho que é o papel da CCIH no hospital também fazer esse acompanhamento e fazer esses gráficos.
A CCIH é um órgão, que a gente chama de órgão assessor, existe a comissão e o serviço. A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, ela é multidisciplinar, essa comissão é o órgão assessor, é quem vai definir os protocolos, vai gerar os indicadores, vai fazer os planos de ação, fazer os procedimentos operacionais padrão. E o serviço é todo mundo, a comissão é o serviço e todos são serviço, do superintendente ao jardineiro tem que saber quais são os objetivos da CCIH. Porque a gente fala o jardineiro, porque ele cuida do Jardim, mas ele precisa higienizar as mãos, ele precisa ter todos os cuidados, se ele precisar entrar em qualquer área do hospital, da mesma forma o cara da manutenção, é importante que ele entenda que ele precisa higienizar as mãos antes de fazer uma manutenção no ar-condicionado, seja no isolamento, em uma UTI. Então o serviço somos todos nós que fazemos parte do contexto hospitalar, e a comissão é esse órgão assessor que vai definir antibióticos, que vai trabalhar as infecções relacionadas à assistência à saúde, que são as IRAS, monitorando as infecções cirúrgicas, urinárias, respiratórias, corrente sanguínea e mensalmente alimentando essas informações para o órgão Estadual e o órgão Federal, Anvisa e ******** desses indicadores, para termos indicadores nacionais, para que a gente possa ter uma política nacional de prevenção e controle das infecções relacionadas à assistência à saúde.
Entendo, é como a senhora falou da questão dos membros e executores como do serviço. A gente também tem a diferença da infecção hospitalar e da infecção comunitária, que foi até o que eu tinha falado com a senhora que eu gostava muito, e foi como eu passei a entender o que era a infecção basicamente, mas como é que a gente pode diferenciar a infecção comunitária da infecção hospitalar? Porque, como a senhora falou, por exemplo, o jardineiro ou qualquer pessoa que preste serviço, mesmo que sem querer, mas ele de alguma forma pode contaminar alguma ferida ou algo que era estéril, e isso levará a uma infecção, mas como é que a gente pode diferenciar basicamente essa questão dela ser comunitária ou ser hospitalar, mesmo que eu tenha pego depois que eu saí do hospital, mas ela ainda assim pode ser classificada como hospitalar?
A infecção comunitária o nome já diz é comunitária, então esse paciente ele entra com a infecção já manifestada ou incubada, por isso que é interessante a gente saber os períodos de incubação das doenças, porque ele pode entrar num período de incubação e se manifestar nesse internamento ou chegar já com ela instalada, por isso que é importante a admissão, a anamnese do paciente, é importantíssimo, e o enfermeiro, todos os membros do controle da comissão de controle de infecção hospitalar tem um papel importantíssimo, mas a enfermeira ela é, vamos dizer assim, o carro chefe, porque ela está lá na hora que o paciente entra, ela vai lá, ela avalia, ela comunica a comissão, preenche ficha de controle de infecção ela registra as observações. Então esse paciente pode chegar já manifestada a infecção ou encubado. E a infecção hospitalar é aquela que vai se manifestar até 72 horas após a internação, mas que esteja relacionada ao procedimento que foi feito, então ela vai ter que se manifestar no sítio ou no local que foi realizado algum procedimento, e pode até se manifestar mais tempo depois, você saiu de alta e se aparecer a infecção naquele local que foi feito um procedimento invasivo, aí a gente avalia e classifica como uma infecção hospitalar. E ela pode ser comunitária como por exemplo, eu fui para o hospital “A” fiz uma cirurgia, peguei uma infecção, mas eu já estava em casa quando ela se manifestou, é uma infecção hospitalar para o hospital “A”, mas se eu me internar no hospital “B” ela é uma infecção comunitária para o hospital “B”, porque eu entrei já com ela manifestada. Então ela é hospitalar, de onde eu adquiri e ela é comunitária para o outro hospital que eu fui.
Para a questão dos indicadores, como a senhora falou.
A gente precisa porque temos que mapear, fazer a vigilância epidemiológica para que a gente possa criar os protocolos, direcionar as medidas para saber se a infecção é hospitalar, eu preciso entrar com um plano de ação para tratar a causa raiz daquela infecção. O que foi que houve foi procedimento, foi um antibiótico que não foi o adequado e o paciente não debelou aquela infecção? Então é uma discussão ampla desses casos. Então a gente trabalha muitas estratégias multimodais de higiene das mãos. A questão do uso racional de antimicrobiano, a questão dos protocolos dos procedimentos invasivos em relação a intubação, a cateter venoso central, a cateter venoso periférico, a sonda vesical de demora, então todos os procedimentos invasivos, eles têm que estar baseados nos protocolos que aí entra novamente a questão da gestão de risco e segurança do paciente, porque a gente entra com um Bundle, que é o protocolo para esses tipos de procedimento, para prevenção e controle das infecções e, consequentemente, a gente fazer uma gestão de qualidade.
Então a senhora pode falar um pouquinho do Bundle?
A gente tem os Bundles, e se a gente fosse traduzir seria um pacote de medidas. Então uma punção de um cateter venoso central, o Bundle vai dizer, higienização das mãos, antissepsia da pele com clorexidina, paramentação do profissional médico que vai fazer a punção com avental estéril, luva estéril, escolher o local da punção, se jugular ou subclávia, a subclávia a gente tem menos risco do que a jugular, a forma de inserir e deixar esse cateter e monitorar esse paciente. A gente tem esses Bundles para os procedimentos invasivos, então, se você cumpre o Bundle, que seria o passo a passo do procedimento
Com se fosse um POP.
Isso, como se fosse um Procedimento Operacional Padrão, mostrando o passo a passo e você fazendo ele com todo o cumprimento do protocolo, você com certeza vai diminuir sua taxa, seu indicador de infecção.
Isso foi até bom a senhora ter falado, porque tudo que a senhora falou, basicamente a enfermagem está ali dentro, desde o começo tudo passa pela gente.
Exato. Hoje a gente tem enfermeiros à frente como gestores de risco, como gerentes de risco, como gerentes da qualidade, porque é uma portaria ministerial que as instituições têm que ter sua gerência de risco, tem que ter seus gestores de qualidade, temos enfermeiros e temos enfermeiros que foram alunos do CAV atuando como gestor de risco como gerente de qualidade. A gente tem hoje diretorias multidisciplinares, enfermeiros comandando as diretorias multidisciplinar que não tem sido fácil, porque ela vai ser diretora de uma equipe muito grande, então muitas vezes alguns outros colegas dizem “A é uma enfermeira”, mas a enfermagem hoje ela é muito parceira, eu vejo hoje uma parceria, uma maturidade, que a enfermagem adquiriu de trabalhar de forma multidisciplinar e acolhendo esses profissionais, e a gente tem visto essas mudanças, e quem ganha é o paciente, e o objetivo da gente é esse, não adianta a questão da vaidade, a minha vaidade é quando o paciente está bem, quando o paciente sai de alta seguro e tranquilo para casa, essa vaidade que a gente tem.
Exatamente. A gente tem uma melhora naquele trabalho que estamos fazendo, e nós fazemos ele bem feito e não tem essas intercorrências que podem acontecer também, a gente não está imune de acontecer, mas quando a gente trabalha certinho, vemos que realmente é bem gratificante, quando o paciente sai falando “Ô fulano, por causa disso…”, realmente ele sai falando e assim é muito legal. E a senhora falou sobre essa questão dessa equipe multi dessa grande equipe.
Quem é que pode atuar na CCIH? Como é que funciona essa divisão? Como é que funciona essa atuação lá?
Nós temos hoje a enfermeira, ela pode ser a coordenadora da comissão, não necessariamente tem que ser o médico, mas a gente tem um infectologista, tem um enfermeiro, um ou mais, porque a portaria n° 2616 da Anvisa determina que um enfermeiro para 100 leitos e acima disso já vai tendo que ter mais enfermeiros. Então temos enfermeiro, infectologista, temos um laboratório, alguém representando o laboratório de microbiologia, o biomédico, temos fisioterapeuta, nutricionista, farmacêutico, engenheiro clínico, a engenharia clínica importante, muitas vezes o gestor da manutenção. A manutenção tem muito a ver também com prevenção e controle ambiental das infecções, porque temos a manutenção do aparelho de ar-condicionado, tem a questão do esgoto, do mofo na parede, então a manutenção faz parte também e você vai agregando na equipe profissionais que possam realmente somar.
É interessante a gente também falar isso porque, como a senhora falou, o enfermeiro pode atuar, o enfermeiro vem atuando e eu estava vendo alguns artigos que neles continham perguntas feitas aos enfermeiros para saber se eles tinham conhecimento do era o CCIH. Aí eu tive a ideia de falar com a senhora, Luiz Miguel também concordou.
E isso também que a senhora falou de todo mundo da manutenção tem que estar interligado e tem que estar trabalhando em sintonia, porque era algo que até quando a gente foi andar no hospital, a senhora ficava mostrando para a gente, “Ó, está vendo isso , está vendo aquilo?” A senhora até tirava foto e dizia “Oh tal coisa tal coisa”, porque realmente quando tem alguma coisa saindo normal, isso tem que ser notificado de fato e tem que ser resolvido o mais rápido possível, então temos que pensar quem é que pode resolver isso aqui? Isso é de quem? isso é da Enfermagem, da manutenção, dos profissionais da medicina, isso aqui é da fisioterapia? Então a gente também tem que ter essa comunicação entre todo mundo, e também se a senhora puder falar desse projeto que a senhora falou que faz parte da biossegurança.
É um projeto de extensão que a gente tem com o serviço de orientação e saúde do trabalhador, que é o sócio do hospital das clínicas, eu e a professora Viviane Gouveia coordenadora, a gente trabalha junto com o pessoal lá da segurança e medicina do trabalho, fazendo diagnósticos ambientais e dos profissionais em relação à biossegurança, então a gente trabalhou o pessoal da higienização, porque a gente está sempre falando nos procedimentos invasivos, mas meu colaborador da higienização, ele pode ser um disseminador de infecção se ele não tiver treinamento e orientação, se ele não usar um desinfetante adequado, se ele não fizer na técnica adequada, a Anvisa tem um manual de limpeza e desinfecção de superfície para a segurança do paciente, então a gente avaliou os riscos ambientais e ocupacionais e também relacionado à infecção, nós vamos trabalhar o pessoal na Nefrologia, na área do reuso que tem um risco químico e biológico aumentado e a gente monitora todos os riscos. Então todas as observações que a gente faz em relação aos ambientes a gente fotografa, manda direto para o pessoal, tem ações que a gente resolve de imediato, tem ações que as pessoas levam para a discussão, e eu acho que a ideia é essa. O hospital das clínicas ele é extensão, ele é ensino e pesquisa a gente estar lá, então tem que haver essa troca, é a forma da gente devolver a forma como ele recebe vocês, a gente tem um hospital universitário fantástico, a equipe da UTI é maravilhosa, a gente vê ali a multidisciplinaridade funcionando, todo mundo integrado, o pessoal da enfermaria das doenças infecciosas e Parasitárias, onde a gente faz o estágio, a prática.
Então você vê assim como eles são integrados, a equipe toda muito integrada, e é a nossa referência, é um hospital antigo, com estrutura física muito deficitária em algumas áreas, mas tem profissionais assim de excelência lá, e é isso que a gente busca não deixar se perder isso, a estrutura física, uma reforma, um prédio novo, que é o sonho, resolve, mas a gente tentar manter a saúde ocupacional e os ambientes com menos possibilidade de risco.
Entendo, a intenção do projeto, no caso da sua atuação, é para formação continuada, seria isso?
É diagnóstico com medidas de ação, esse primeiro trabalho que a gente fez com a higienização gerou uma cartilha que está sendo catalogada, está sendo feita a ficha catalográfica para a gente publicar, para ser entregue lá e ficar de consulta. Então, é o primeiro produto desse projeto, quando a gente trabalhou os profissionais da higienização. A gente vai trabalhar os profissionais da Nefrologia em relação a ao reuso, para a gente ver o que é que pode melhorar em termos de estrutura física, em termos de aeração, em termos do uso de EPI. Fazemos treinamento também, nós capacitamos, então o projeto tem esse foco realmente na melhoria da qualidade para os profissionais e para todo mundo, ganha todo mundo, o profissional seguro ele vai fazer ações seguras.
Exatamente faz muita diferença sim, é importante a gente ter realmente essa segurança quando estamos atuando.
E pessoal, como vocês podem ver, a gente realmente trouxe uma pessoa que entendo do que está falando, mas e aí professora, a senhora tem mais alguma coisa que queira compartilhar com a gente?
Eu queria dizer aos alunos, que na enfermagem, nós somos generalistas, a gente aprende o tudo. Então hoje a gente tem a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, que cabe ao enfermeiro, tanto como gestor dessa comissão ou como um profissional da equipe, temos a gerência de risco, que trabalha muito, foco do controle de infecção e da biossegurança, a gente tem os comitês de biossegurança de riscos biológicos ergonômicos e que a gente sempre vai estar numa luta contínua, trabalhando a biossegurança e controle de infecção com foco na segurança do paciente. Só para dar um exemplo, para fechar a higienização das mãos, ela previne infecção para o paciente, é uma medida de biossegurança, ela é a meta cinco da Organização Mundial de Saúde para a segurança do paciente. Então veja importância lá atrás quando se verificou através da lavagem das mãos, em 1848 a importância, e ela hoje está nas três esferas, biossegurança, controle de infecção e segurança do paciente, então é uma coisa que não tem volta, quem não tiver qualidade, quem não tiver gestão de segurança do paciente, quem não tiver uma CCIH estruturada, quem não estiver com os protocolos de biossegurança efetivamente funcionando, vai deixar de existir. Esses hospitais eles tendem a desaparecer, porque ninguém se sustenta sem isso. Há então uma enfermagem crescendo muito, e quem está em dúvida se faz, façam enfermagem, a gente tem um universo aí para conquistar.
É de fato, e é como a gente disse, enfermagem e suas profissões, então trabalhar nesse controle de infecção, trabalhar nesse ramo aí pode ser sim nosso. Então a gente tem como a senhora falou uma atuação que realmente, imagino que quem já tenha vivência aí dá para perceber que é uma atuação muito importante para sustentar esse serviço de saúde. Então, creio que a gente conversou aqui legal, se a senhora quiser adicionar mais alguma coisa? Não sei.
A gente falou muito do foco hospitalar, mas hoje um profissional de controle de infecção com conhecimento de biossegurança pode trabalhar na área hoteleira, porque hoje a hotelaria se preocupa, você pode criar os protocolos, porque a hotelaria hospitalar, ela tem limpeza e desinfecção dos leitos, das camas, ela tem a lavanderia para processar essas roupas que são reutilizadas pelos hóspedes, ela pode atuar lá no serviço de nutrição, com os protocolos de cuidados de boas práticas de alimentação, pode trabalhar nessa área toda que envolve a questão de saúde. Hoje a gente tem que ter todo o cuidado, antes a gente falava medicina de viagem, porque hoje você sai de um estado para o outro para fazer uma cirurgia e fica no hotel esperando a revisão para sair de alta. Então, a hotelaria tem que ter a mesma qualidade que o hospital tem com a hotelaria deles, então você tem um universo, você pode trabalhar nessas áreas criando os protocolos, fazendo os treinamentos e capacitando para que a gente tenha um mundo mais saudável.
E a senhora falando de mudar, na minha mente veio um “estalo”, a enfermagem realmente é um mundo porque quando você pensa que é só tal coisa, não é.
Não, a gente orienta muito que o travesseiro seja impermeável no hospital, no hotel a mesma coisa. As pessoas às vezes dormem, que a gente chama de baba, as pessoas encostam a cabeça, respiram ali, usam o banheiro, então tem que ter um cuidado para não cruzar a contaminação entre o hóspede e outro. Eu uma vez fui chamada num hotel em outro estado, porque tinha a suspeita de um surto de rotavírus, e não era surto de rotavírus, era uma infestação no serviço de nutrição e dietética de barata.
Olha aí, pessoal.
E os hóspedes chegavam e começavam com diarreia e dor abdominal e era uma quantidade de barata impressionante, e aí eu fiz um diagnóstico, apresentei um relatório e as baratas já não tinha mais sensibilidade porque a mesma empresa que fazia detetização já estava lá há mais de 15 anos, as baratas já estavam viciadas, então demoliram e fizeram uma nova estrutura. Mas pra você ver, a gente está em risco, temos que ter todos os cuidados, temos relatos de casos de reaproveitamento de embalagens de água mineral e botar um hipoclorito, uma hóspede na Tailândia bebeu essa água e teve um edema e morreu, então a gente tem que ter todos os cuidados de biossegurança também na parte de hotelaria e a gente tem um país tropical, riquíssimo na rede hoteleira, então as associações de hotelaria tem que estar com foco e chamar o enfermeiro para socorrer.
É porque, principalmente como a senhora falou, a gente tem muito forte essa questão do turismo, seja ele com qualquer finalidade, possivelmente quando a pessoa vai, a não ser que vá para ficar na casa de algum familiar, mas quando alguém vai viajar, vai passar suas férias, enfim, a gente vai para um hotel, para uma pousada e como a senhora falou, a gente já tem isso.
É, a gente tem que pensar nisso, então quem vê a vigilância epidemiológica, vigilância em saúde, vê análise de qualidade de água, a gente vê gerenciamento de resíduos, vê higienização das mãos, processamento de roupa, enfim, a enfermagem vê tudo isso no curso. Então a gente tem essa habilidade para trabalhar com esses protocolos e essa capacitação com esse pessoal de copeiro, cozinheiro de camareiro, é uma área também, que é um lixo para a enfermagem.
De fato, então, é isso aí pessoal, estamos chegando aqui ao fim do nosso episódio, aproveitando também que esse episódio vai estar saindo na semana que a gente aqui do contêiner vai estar meio que comemorando o Dia da Mulher, a semana da mulher na verdade, então a gente trouxe tia Ceiça para cá iniciando esse novo programa também “Enfermagem e suas profissões”, então é um programa muito especial. Quero agradecer também a senhora por ter vindo, muito obrigado. Quando eu chamei a senhora, a senhora disse que fazia, mas eu já sabia, então eu fiz o roteiro antes e já mandei, porque realmente a senhora quando fala que está para tudo, a senhora está para tudo mesmo.
Eu quero agradecer, dar parabéns a Miguel pela iniciativa, ele é um cara assim, cheio de ideias bem inovador, agradecer a vocês também que estão empenhados, não é fácil fazer o podcast existe toda uma estrutura, mas muito feliz pela evolução do CAV e pela evolução dos alunos e assim eu não sei dizer não. Eu acho que é o meu problema, mas é assim eu venho com o maior prazer, então sucesso para vocês e o pessoal que está escutando que estão em dúvida, vão fazer o curso de enfermagem porque vocês vão ver que maravilha é a gente ser multidisciplinar.
Exatamente a gente faz realmente a diferença.
Exato, mas é isso aí pessoal, e como já a gente já vem falando, a gente também tem uma caixinha de perguntas, então mande perguntas pra gente e mande também dúvidas que você tenha, se quiser também a gente pode até repassar para ter esse e quem sabe a gente não faz aí uma parte 2, já que ela falou da NR 32, que até já tinha sugerido. Então podem mandar aqui até escutando pelo Spotify só arrastar para cima e vai aparecer essa caixinha de perguntas. Então interajam com a gente, vão lá no nosso Instagram também, @conteinersaude, e é isso aí, até a próxima, escutem os outros episódios também e até a próxima, todas as sextas-feiras aqui no Spotify ou no seu tocador de música preferido. Tchau, tchau.
Episódio: Atuação da CCIH
Apresentação: Matheus Sales
Convidada: Conceição Lira
Roteiro: Matheus Sales
Gravação: Maria Eduarda Ferreira
Edição: Matheus Sales
Coordenação: Luiz Miguel Picelli Sanches
Trilha Sonora: Gabriel Arimateia
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